Depois de mais de três meses de ensaios, a data de estreia está finalmente aqui: “Constantino, Guardador de Sonhos” é o nome da nova criação do Teatrão e vai subir a palco pela primeira vez amanhã, 3 de janeiro, perante uma Oficina Municipal do Teatro (OMT) completamente lotada.
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O espetáculo junta vários membros da equipa a profissionais que têm colaborado frequentemente com o Teatrão nos últimos anos: Eva Tiago, João Santos e Margarida Sousa perfazem o elenco que trabalha, com encenação de Isabel Craveiro, em cima do texto original de João Gaspar, criado a partir da obra de Alves Redol “Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos”.
Filipa Malva trabalhou a cenografia do espetáculo, bem como figurinos e adereços. Jonathan de Azevedo assina o desenho de luz. Cristina Faria trabalhou a preparação vocal do elenco e, em coautoria com o sonoplasta Nuno Pompeu, sonorizou os ambientes sonoros. Os cabelos são novamente trabalho de Carlos Gago. Em palco estarão ainda os maquinistas de cena Afonso Abreu, Diogo Barbosa e Diogo Simões.
Na proposta de trabalho do Teatrão, a ação transporta-nos para o séc. XXI, com uma protagonista que vive nos subúrbios de uma grande cidade e que tem graves dificuldades em sonhar com um futuro e uma vida melhor. É este ponto de partida que leva a companhia a estudar a fundo o neorrealismo com uma questão em mente: qual é o teatro que queremos fazer para traduzir o nosso olhar sobre a realidade, nos dias de hoje? Mais do que uma versão atualizada do “Constantino” de Redol, a nova criação do Teatrão procura neste movimento artístico ferramentas para fazer uma profunda reflexão sobre a contemporaneidade.
“Constantino, Guardador de Sonhos” faz temporada na Oficina Municipal de Teatro de 3 de janeiro a 1 de fevereiro, com sessões para público geral todas as sextas-feiras às 19:00 e sábados às 17:00. A 17 de janeiro estará disponível interpretação do espetáculo em Língua Gestual Portuguesa. Já no dia 24, vai estar disponível o serviço de audiodescrição, sendo a entrada para reconhecimento de palco feita às 18:30.
Para acompanhar o espetáculo, o Teatrão desenhou um conjunto diverso de atividades complementares para todos e que aprofunda as grandes questões que o espetáculo levanta.
Toda a programação paralela a “Constantino, Guardador de Sonhos” converge no sentido de criar espaços que fomentem uma comunidade engajada, participativa e com consciência cidadã – e junta como parceiros neste projeto a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, a Cáritas Diocesana de Coimbra, o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, o Museu do Neo-Realismo e o Plano Nacional das Artes.
Esta programação cumpre também o desígnio de aproximar o público conimbricense de duas das principais manifestações artísticas que marcaram o neorrealismo português: a literatura e as artes plásticas. Até junho do próximo ano, haverá exposições, leituras e um ciclo de conferências dedicado ao movimento e à sua relação com o tempo presente.
“Real Social” é o nome desta última atividade que conta com a curadoria de António Pedro Pita e que decorre nos dias 23 e 30 de janeiro, às 18:00, na Oficina Municipal de Teatro. “Neo-Real: cara a cara com obras neorrealistas” vai estar patente no Círculo Sereia do CAPC de 18 de dezembro até 1 de março e divide-se em quatro momentos expositivos que concluem sempre com uma oficina gratuita para jovens dada pelo Educativo CAPC e o elenco de “Constantino, Guardador de Sonho”
“Mulher Chorando” de Querubim Lapa é a primeira obra a residir neste espaço ao longo dos dois meses e meio da exposição e pode ser visitada de terça a sábado entre as 14:00 e as 18:00, sendo a entrada livre. Também até março, “Alves Redol: Horizonte Revelado” vai andar a circular por várias escolas do distrito de Coimbra. De janeiro a junho, as Leituras ao Domicílio vão levar obras neorrealistas até às casas de utentes do Serviço de Apoio Domiciliário da Cáritas Diocesana de Coimbra
Também até junho, o Clube de Leitura para Adolescentes “EM VOZ ALTA” procura ensaiar uma série de dinâmicas pedagógicas que procuram trabalhar a competência da leitura em voz alta com jovens dos 13 aos 17 anos. Ao mesmo tempo, também quer fomentar a criação de um espaço de socialização e expressão livre e descontraída. Os trabalhos serão sempre orientados por professores das Classes de Teatro do Teatrão, entre as 18:30 e 20:30 de quinta-feira até junho (e com as devidas pausas letivas), na OMT.
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