Coimbra
A noite é nossa? Veja o que se passou no debate promovido pelo CPC. (com vídeo)
O movimento Cidadãos Por Coimbra (CPC) é a única força política representada na Câmara Municipal de Coimbra (CMC) que tem mostrado interesse em debater o estado da noite em Coimbra.
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Depois dos encontros no Café Santa Cruz e no Ateneu de Coimbra e numa altura sobre o Regulamento Municipal de Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos Comerciais em que está em discussão pública, o CPC escolheu o Murphy´s (antiga Via Latina) para a realização de mais uma sessão debate.
Na mesa estavam António Silva (do Murpy´s e dos espaços do Parque Verde), Elísio Estanque (Sociólogo), José Miguel Pereira ( do Salão Brazil), Maria Filomena Gaspar (Psicóloga) e Beatriz Martins, a moderadora.
José Augusto Ferreira da Silva, um dos maiores dinamizadores da ação e vereador do CPC na CMC, fez a intervenção inicial e foi alimentando a discussão no sentido de recolher elementos que o possam ajudar a fazer propostas quem conciliem interesses de moradores, consumidores e empresários.
Na assistência, mas com capacidade de intervenção, vimos uma dúzia e meia de pessoas, maioritariamente ligadas ao CPC e com mais de 50 anos de idade.
Para além dos 2 empresários convidados pelo CPC, apenas estavam na sala outros dois players. Um representante do jovem bar Pinga Amor e um irmão e sócio do anfitrião.
Quanto ao debate propriamente dito, começou com Ferreira da Silva a salientar que paralelamente à qualidade de vida dos cidadãos é necessário prevenir a viabilidade de quem tem os seus negócios instalados.
De seguida falou José Miguel Pereira, que, como representante de um estabelecimento de restauração e bebidas com música ao vivo, recordou que há uma complexidade enorme nestas questões dos horários dos espaços nocturnos e que muitos dessas unidades funcionam em prédios com outras valências, o que gera conflitos de interesses entre moradores e comerciantes.
Maria Filomena Gaspar perguntou como é que nós podemos transformar espaços associados ao consumo de álcool em espaços ligados a uma lógica de convivência saudável, sobretudo para adolescentes. Referiu ainda que grande parte das pessoas, sobretudo os adultos, consomem as bebidas alcoólicas em casa. A psicóloga acrescentou que o funcionamento de, por um lado, esplanadas e bares que vendem para a rua, e, pelo outro de discotecas, são duas questões completamente diferentes, pois o ruído que produzem é completamente distinto.
A abertura da Universidade de Coimbra a jovens mais humildes e das classes trabalhadoras foi uma das razões apontadas por Elísio Estanque para justificar o momento que se vive. O sociólogo lamenta que entretanto se tenha perdido uma convivência que outrora seria mais saudável, dando como exemplo o definhamento das tertúlias nocturnas.
O anfitrião António Silva, que foi presidente da AAC nos anos 90, referiu que não se identifica com o actual panorama da noite de Coimbra. Criticou os sítios que não respeitam horários e área de actividade, dando como exemplos os vizinhos Tropical e Académico. Exige uma definição clara da tipologia dos estabelecimentos, estipulando o que é um café, um bar, um restaurante ou discoteca. O empresário defende que é urgente regular a actividade e criar uma fiscalização eficaz.
Veja aqui as declarações dos 4 intervenientes:
Na última parte do debate, que se prolongou por mais de 2 horas, voltou a registar-se a presença de indignados moradores da Sé Velha, que continuam a afirmar que não conseguem dormir por causa do barulho que se faz sentir no largo.
Rogério Silva, o tal irmão e sócio de António Silva, aproveitou o facto de estar em casa, para com grande falta de urbanidade, sem concretizar e num registo já conhecido pelo repórter, lançar acusações contra as forças da ordem e os seus concorrentes, procurando, quiçá, culpados que façam esquecer a sua falta de visão empresarial e os problemas que afectam os seus bares e restaurantes.
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