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A CANTADEIRA EXPLORA CANÇÃO TRADICIONAL EM NOVO ÁLBUM NOVO

Notícias de Coimbra | 7 meses atrás em 08-05-2024

A cantora e compositora Joana Negrão, que dá pelo nome artístico de A Cantadeira, edita um novo álbum, intitulado “A Tecelã”, na sexta-feira, que propõe um reencontro com a identidade portuguesa e se foca na temática da mulher.

Em declarações à agência Lusa, A Cantadeira afirmou que este disco “é um reencontro com a identidade portuguesa”, tendo recolhido canções populares de várias regiões do país, como Trás-os-Montes, Beira Baixa e Beira Alta, mas também com o objetivo de “deixar uma marca da contemporaneidade”.

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Para a artista, já “fez mais sentido revisitar o Cancioneiro tradicional”.

“Já se revisitou muito o Cancioneiro português e a canção de tradição oral. Quando eu comecei a trabalhar nesta matéria há uns 20 anos, já a Brigada Victor Jara, Os Gaiteiros de Lisboa, a Amélia Muge, o José Afonso, todos estes grandes artistas tinham já feito este trabalho, mas havia toda uma geração que não conhecia quando eu comecei a cantar com a banda Dazkarieh, e fazia-nos sentido levar para um universo mais roqueiro a um outro tipo de público”, disse.

Porém, “já passaram mais 20 anos e está na hora de nós, artistas, pegarmos, como no meu caso, pegar no adufe e cantarmos aquilo que é a tradição de agora, para daqui a 20 anos, venham a perceber o que andamos a fazer”, afirmou a artista.

Sobre o seu trabalho de criação, A Cantadeira afirmou que pretende “ir sempre ao encontro daquela fórmula mais da canção tradicional, mas [deixando] um marco contemporâneo, dizer coisas sobre o que é ser mulher hoje em dia, que é o tema do disco”.

A escolha do título “A Tecelã”, explicou A Cantadeira, remete para a urdidura que constrói neste disco, entre canções tradicionais e como este universo a inspirou para a suas próprias canções, focalizando a temática na mulher, construindo uma teia.

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Sobre o facto de voltar a um repertório tradicional, recriando-o, A Cantadeira disse à Lusa: “Durante muitos anos já trabalhei em repertório tradicional, mas estas canções faziam sentido para mim naquilo que eu quero dizer enquanto artista e enquanto mulher, e que faziam sentido com as minhas outras canções originais que incluí, e fazia sentido tocá-las à minha maneira e com o meu rancho”.

A artista começou a construir o álbum em 2019, mas durante a pandemia escreveu canções e foi quando começou “verdadeiramente a pensar o projeto a solo e na sobreposição de vozes”.

O álbum totaliza 14 temas, a maioria com letra e música de Joana Negrão, exceto as canções tradicionais “Pandeiro”, “Manhã Clara”, “Lilaré”, “Velhinha” e “Lá vai o Luar”, esta uma canção de polifonia a três vozes, de Vouzela, no distrito de Viseu, que resultou de um trabalho de campo que a artista fez com mulheres da região.

Trata-se de um disco eminentemente vocal, “entrelançando vozes que criam uma teia ancestral e ao mesmo tempo contemporânea”, no qual inclui percussões e gaita de foles.

A Cantadeira referiu que algumas recolhas que fez, por exemplo, com Isabel Silvestre e com Amélia Mendonça, uma adufeira de Monsanto, “aparecem em forma de ‘samples’”.

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