Coimbra
A broa não está boa em Coimbra? Autoridades deviam “esclarecer as causas do problema”
O alegado surto de toxinfeção alimentar associado ao consumo de broa de milho está a ter impacto na comercialização deste produto em Coimbra, um dos 4 distritos em que a Direção-Geral de Saúde mantém a recomendação de não consumo de broa de milho.
Lúcio Borges contou, ao Notícias de Coimbra, que o seu estabelecimento que se dedica à venda de broa de milho teve “uma quebra de 75% nas vendas, apesar dos clientes continuarem a comprar, sem fazerem perguntas”.
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O proprietário da Casa da Broa, na Rua da Moeda, na Baixa de Coimbra, diz que abastece a cidade toda e não houve uma contaminação grave”.
“Não estávamos à espera, o nosso artigo é de qualidade, é feito artesanalmente”, garante o empresário, adiantando que “o nosso milho vem do Baixo Mondego”.
Lúcio Borges concorda com o alerta Direção-Geral de Saúde da recomendação de não consumo de broa de milho, realçando, no entanto, que a venda “não está proibida”.
“Todos estamos a levar por tabela, por uma coisa que nós não temos culpa nenhuma”, alerta, reforçando que “se sabe qual é o fornecedor onde está o problema da farinha”.
O proprietário da Casa que tem afirma ter “a melhor Broa de Coimbra” argumenta que “há 300 fornecedores de milho e de trigo e nem todos fornecem para o mesmo sítio”, assegurando que se pode comprar broa na cidade”.
“Penso que mais uma semana e está tudo resolvido”, realça, notando que “a situação já deveria estar resolvida e esclarecida”.
Na Padaria Mimosa, que fica na mesma rua da Baixa da cidade, “as vendas diminuíram como contou, ao NDC, Paula Seco, referindo que os clientes chegam e há duas perguntas que fazem: Já vendem broa? Já se pode comer broa?”.
Na Rua da Sofia, a Pastelaria Penta optou por deixar de produzir broa de milho. Segundo a gerente do estabelecimento, Margarida Domingues, “há menos procura”.
A Pastelaria Moinho Velho decidiu inovar e “no dia 16 de agosto lançou uma nova broa”, sublinha Liliane Jesus, garantindo que a “nova broa de farinha de arroz está a ter boa aceitação”.
A quebra nas vendas também se nota na Pastelaria Visconde, como afirmou Idalinda Oliveira, gerente deste espaço na Rua Visconde da Luz, sublinhando que “há falta de informação”.
A Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP) contactada pelo Notícias de Coimbra, refere que os associados “queixam-se da falta de informação mais precisa, que deveria ser dada pela Direção-Geral de Saúde e pela ASAE”, acrescentando que estas entidades deveriam “esclarecer as causas do problema”, questionando “porquê desta situação se verificar numa área geográfica tão bem definida”.
A percentagem de quebra de vendas de broa de milho reportada reportada à Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares “varia de empresa para empresa, há quem tenha interrompido a produção, outros estão a produzir menos”, sublinhando que “há uma redução significativa”, não dispondo de dados objetivos para a quantificar”, esclarece a ACIP.
Em resposta ao NDC, a Direção-Geral da Saúde refere que “a situação mantém-se de acordo com o que foi comunicado na semana passada, ou seja, a DGS e a ASAE mantêm a recomendação restrição de consumo da broa de milho nas áreas consideradas de risco, até que haja a garantia de que todos os alimentos ou produtos potencialmente contaminados estão efetivamente retirados do mercado”.
Segundo aquela entidade de saúde, “existem apenas casos esporádicos de toxinfeção alimentar associada ao consumo deste alimento, o que se deve à estratégia adotada pelas autoridades competentes e à adesão às medidas por parte dos produtores e dos consumidores”, sublinhando que ” recomendação é preventiva e terá caráter provisório nas áreas consideradas de risco”.
Na comunicação enviada à redação do NDC a DGS explica que “foram identificadas e retiradas do circuito de produção as matérias-primas envolvidas nesta ocorrência, mantendo-se a avaliação sistemática da sua eventual presença, estando a ser implementadas todas as medidas consideradas adequadas para a gestão do risco”.
“Será emitida nova informação sempre que se justifique ou quando este alimento seja considerado seguro”, conclui.
Veja o vídeo com Lúcio Borges, proprietário da Casa da Broa, na Rua da Moeda.
Veja o vídeo com Idalinda Oliveira, gerente da Pastelaria Visconde, na Rua Visconde da Luz.
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