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TAP: António Costa considera gravíssima atuação de Hugo Mendes e teria obrigado à sua demissão na hora

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 10-04-2023

O primeiro-ministro considera gravíssimo o email que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes enviou à presidente executiva da TAP sobre o chefe de Estado e afirma que teria obrigado à sua demissão na hora.

Esta posição de António Costa foi transmitida em resposta à agência Lusa antes de partir para uma visita de dois dias à Coreia do Sul, depois de questionado sobre o teor do polémico email do ex-secretário de Estado das Infraestruturas, que se tornou público na comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP.

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“Como ainda não parti, respondo a essa questão de política interna. Cada instituição tem o seu tempo e este é o tempo da Assembleia da República apurar a verdade, toda a verdade, como tenho dito, doa a quem doer”, declarou o líder do executivo.

António Costa referiu que “não conhecia” esse email “e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos] a demiti-lo, na hora”.

“É gravíssimo do ponto de vista da relação institucional com o Presidente da República e inadmissível no relacionamento que o Governo deve manter com as empresas públicas”, acentuou.

Na terça-feira, na comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP, o deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco confrontou Christine Ourmières-Widener com uma troca de emails com o então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, sobre uma eventual mudança de data de um voo que tinha como passageiro o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

Nesse email que dirigiu à presidente executiva da TAP, o ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes argumentava que era importante manter o apoio político de Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que era o “principal aliado” do Governo mas que poderia tornar-se o “pior pesadelo”.

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Neste ponto, ainda em resposta à agência Lusa, o primeiro-ministro sustentou que a atuação de Hugo Mendes não corresponde “de forma alguma” ao padrão de relacionamento do seu executivo com as empresas públicas.

“Não confundo a natureza pública com gestão política. O acionista define orientações estratégicas e avalia a gestão na apreciação das contas. Não pode interferir na gestão corrente da empresa”, acrescentou.

Questionado sobre o seu relacionamento institucional com a administração cessante da TAP, o líder do executivo disse que só se reuniu uma vez com a presidente da comissão executiva, Christine Ourmières-Widener, para esta lhe apresentar o plano de reestruturação da transportadora aérea nacional.

“E com as outras empresas aprecio o relacionamento estratégico que os ministros mantêm com o Metro, a Caixa Geral de Depósitos ou as Águas de Portugal, por exemplo”, completou.

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