O gabinete do primeiro-ministro considerou hoje que “foram descontextualizas e deturpadas” as declarações feitas por António Costa na quarta-feira sobre a operação de combate aos incêndios.
Numa nota enviada às redações e assinada pela assessoria de imprensa do primeiro-ministro é ainda anexada uma transcrição das referidas declarações, proferidas no final de um balanço da resposta operacional e das medidas adotadas pelas várias entidades na sequência da onda de calor registada nos últimos dias.
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“Foram descontextualizadas e deturpadas as declarações que o primeiro-ministro proferiu ontem, 08 agosto, na Autoridade Nacional da Proteção Civil”, refere.
A mesma nota justifica que o incêndio de Monchique “é a exceção que confirma a regra do que aconteceu no conjunto do país”.
“O primeiro-ministro sublinhou que, perante uma situação climatérica que o IPMA classificou de ‘situação excecional de calor que nunca tinha sido observada no país, em que dia 04 de agosto foi o mais quente do século e todos os recordes foram batidos’, foram registadas 582 ignições nestes cinco dias mais críticos, destas 582 ignições só foram registados 26 incêndios e desses apenas um, o de Monchique, teve esta dimensão. Ou seja, este, obviamente, é uma exceção”, lê-se.
António Costa avisou na terça-feira que o incêndio de Monchique iria continuar a lavrar nos próximos dias, considerando que esta exceção no país “confirmou a regra do sucesso da operação ao longo de todos estes dias”.
No texto do gabinete acrescenta-se ainda que o chefe do executivo “não só não procurou desdramatizar ou desvalorizar a gravidade da situação em Monchique como disse, pelo contrário, que a situação era alarmante e ia agravar-se”, transcrevendo entre aspas a citação de Costa que sustenta esta afirmação.
“E também é falso que as palavras do primeiro-ministro tenham sido para elogiar as políticas de prevenção promovidas pelo Governo. O primeiro-ministro elogiou, sim, todos os portugueses, pelo esforço de limpeza feito ao longo do ano e pela contenção de comportamentos de risco. As primeiras palavras foram, aliás, dirigidas às populações, em segundo lugar aos agentes de proteção civil e em terceiro lugar aos autarcas, nunca se tendo referido à atuação do Governo”, recorda.
No final da nota é ainda sublinhado que António Costa disse ser “cedo para fazer quaisquer balanços dos incêndios, porque o verão começou tardio e também de forma atípica, e que o que é absolutamente prioritário é assegurar a proteção da vida das pessoas”, tendo ainda deixado “uma palavra de solidariedade para com as pessoas afetadas com os incêndios