Coimbra
“Câmaras querem (mesmo) pagar aeroporto na região centro”?
O jornal de Negócios escreve na primeira página que “Câmaras querem pagar aeroporto na região Centro”, mas, lendo a notícia que suporta a manchete, percebemos que, em relação a este ponto, não há novidades.
Com efeito, a notícia do Negócios não indica quais são as câmaras que “querem pagar o aeroporto”.
Como se sabe, ainda nenhuma autarquia disse qual o valor que tem disponível para investir o “Aeroporto internacional de Coimbra”, verificando-se que a Câmara Municipal de Coimbra” é a única com vontade de abrir os cordões à bolsa. Com efeito, a notícia do Negócios não indica quais são as câmaras que “querem pagar o aeroporto”.
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“A intenção passa por recorrer aos fundos europeus do Portugal 2030 para pagar parte do custo de um novo aeroporto, ficando as autarquias envolvidas encarregues de suportar o custo restante”, explica Manuel Machado ao Negócios, repetindo o que tem dito.
O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra voltou assumir que existem” contactos informais nesse sentido e disponibilidade dos diversos autarcas para apoiar a criação de um a nova infra-estrutura aeroportuária”, mas nem ele nem o jornal indicam o nome de um município que esteja disponível para ajudar a custear um ou dois aeroportos.
O Negócios diz que “sabe que os 19 municípios da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra são favoráveis à ideia”, mas, como se sabe, João Ataíde (líder desta Comunidade e da autarquia figueirense), tem apoiado a solução Monte Real.
Recordamos que no dia 3 de setembro de 2017, quando apresentou a sua recandidatura à Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado prometeu construir o “Aeroporto Internacional de Coimbra” no local onde está implantado o Aeródromo Municipal de Coimbra.
Como presidente da Câmara Municipal de Coimbra liderarei no próximo mandato autárquico a transformação do aeródromo de Coimbra – o Aeródromo Municipal Bissaya Barreto, em Cernache – num aeroporto civil comercial”.
A 28 desse mês, numa visita ao Aeródromo, Manuel Machado voltou a reiterar que o aeroporto ia nascer no aeródromo.
A transformação do aeródromo de Coimbra em aeroporto comercial está estudada, é viável e terá custos contidos. “Será um investimento compatível com a escala do mercado que Coimbra e a Região Centro oferecem.Seria um erro histórico não transformar este aeródromo numa infraestrutura capaz de receber voos ‘low cost’ e voos ‘charter’ do estrangeiro”.
Meses depois, em Abril de 2018, quando se terá apercebido que tal poderá não ser viável, numa altura em que se tinha visto que os estudos que dizia ter em seu poder não passavam de uns papeis sem importância, Manuel Machado, que entretanto comprara uns “estudos” a um antigo presidente da CP (velho defensor de Monte Real) fez um desvio na sua promessa, passando a admitir que a construção é mais importante que a localização.
Manuel Queiró tem carta branca para “estudar com toda a liberdade” as melhores soluções para a abertura do Aeroporto Internacional de Coimbra. Tem cerca 120 dias para “fazer a análise de soluções, para nós passarmos sequencialmente ao estádio seguinte, para que haja acessibilidade aeroportuária na Região Centro. Acessibilidade que pode passar pela ampliação do aeródromo Bissaya Barreto ou pela construção de raiz noutra área do concelho. Não aqui nenhum fixismo em dizer que quero o aeroporto na Praça 8 de Maio ou no Arnado, como andaram aí a brincar, prefiro ter lá a Cindazunda”.
Os estudos que deviam ter sido mostrados por alturas das Festas da Rainha Santa Isabel, não apareceram, mas, em plena silly season, Manuel Machado repetiu na Câmara o que já tinha dito na Assembleia.
Em meados de setembro deste ano, “lá pelos dias 15 ou 20”, já haverá “possibilidade de discutir estudos”.
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