Coimbra
Princesa Cindazunda “celebra” 1 ano de vida solitária em Coimbra!
Faz hoje, 5 de agosto, um ano que a Princesa Cindazunda “aterrou” na Avenida Fernão de Magalhães.
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Tinha dito que vinha pelas 9 da “madrugada” desse sábado de agosto de 2017. Chegou depois das 10 horas. Mulheres, disse alguém mais “machista”.
Certo é que veio, constatou um “machadista”, o mesmo que esteve mais de uma hora a ver se ela aparecia para ajudar a vencer as eleições.
Não veio a cavalo. Nem de charrete. Chegou de “camião TIR!”. Já tinha um bronze de fazer inveja. Tão bom como o que ostenta hoje, dia de 39 graus em Coimbra.
Qual Dom Sebastião de saias, a princesa que veio de Gulpilhares, lá para os lados do Porto, tendo chegado a Coimbra numa manhã de céu muito nublado ou limpo, segundo uma perspectiva mais cor de de rosa, mas é certo que estava mais frio do que hoje.
Cindazunda. Ou simplesmente Cinda, Cindy, Zunda ou Zundinha, já faz parte da história de Coimbra. Tenta seduzir quem passa pela Rotunda do Arnado. Rotunda não, diz Manuel Machado, auto proclamado especialista em rotundas e mobilidade urbana. É uma Praça. Praça da Arnado. Que já foi Largo!
Dá nas vistas na avenida mais central de Coimbra, naquela que outrora foi atravessada pela Nacional 1, fazendo sombra à “Cabra da Universidade” que vive nas suas traseiras.
No primeiro mês de estadia em Coimbra Cindazunda foi muito “abusada” pela situação e pela oposição local. “Gozaram” tanto com ela, que até na sua praça “desenharam” a pista do já mítico futuro Aeroporto Internacional de Coimbra.
Para o bem e para o mal, tanto alarido, foi sol de pouca dura para quem passa os dias a trabalhar para o bronze.
Por estes dias, Cindazunda deve sentir-se só. Poucos lhe dão uma “apitadela”. Ninguém lhe oferece flores. É tão solitária como a Rainha Santa Isabel, mas essa tem a Confraria para a levar a passear por Coimbra.
Cindazunda, “a princesa desconhecida”, até é conhecida. Andou foi perdida no Brasão de Coimbra. Onde era confundida com a Rainha Santa, que durante séculos nunca revelou que havia outra tão bela e formosa como ela.
Em 5 de agosto de 2017, em tempo de campanha eleitoral e enquanto esperava pela chegada da Princesa, o edil de Coimbra “entreteve” os jornalistas e colaboradores do município com a história de Cindazunda.
“É uma escultura alusiva à mulher, antes de mais. As mulheres em Coimbra têm desempenhado papéis notáveis e uma delas de que há lenda relativamente documentada é a Cindazunda, que é o símbolo de mulher que está no brasão da cidade”, explicou Manuel Machado, explicação que não agradou a algumas moças da terra, que com o seu ar de influenciadoras digitais deram “muita porrada” no que apelidaram de “parolo de Sever de Vouga”, a terra onde nasceu o aquele que vai no quinto mandato como líder da cidade dos estudantes.
O autarca afirmou nesse dia que a obra do escultor Pedro Figueiredo homenageia a mulher de Coimbra, nomeadamente, “o trabalho notável que fez Cindazunda, a Rainha Santa Isabel, Inês de Castro ou Judite Mendes de Abreu [antiga presidente da CMC], pessoas que deixaram marcas relevantes na nossa cidade”.
Pedro Figueiredo, que acabaria por ser envolvido em mais uma polémica à moda de Coimbra, quando se descobriu que é autor das “manas” Tricana e Cindazunda. Foi mesmo “obrigado” a explicar o facto da escultura da Princesa Cindazunda montada na Fernão Magalhães ser a “cara chapada” de uma Tricana que mostrou na Bienal de Cerveira.
“Transformámos um antigo entroncamento da Nacional N.º 1 numa praça. Trata-se de “requalificação do espaço público, de tornar mais agradável uma entrada de Coimbra que dá acesso a uma zona classificada como Património Mundial da Humanidade. A requalificação urbana também passa por isto. É para requalificar Coimbra e é isso que estamos a fazer. E esta escultura alusiva à mulher é uma ideia de decoração do espaço público com sentido útil”, dizia com ar feliz Manuel Machado no dia em que a Princesa foi “plantada” no Arnado.
Manuel Machado falava e fala bem da sua obra, mas esta não agradou a uma certa elite local, que, como ele costuma dizer, gosta de “meter pau na roda”.
Muitos contestaram a forma pouco convencional da rotunda, o corte abrupto de uma das vias de circulação ou a volumetria da Cindazunda, mas, com mais ou menos cortes, já faz parte da história de Coimbra.
“É uma característica marcante de Coimbra: sítio de encontro de culturas, de povos, de religiões, acolhidos ao longo dos séculos de forma pacífica”, destacou Manuel Machado no dia em que a Princesa Cindazunda chegou à vizinhança da Auto Industrial.
Recorda-se ainda que quando a velha “conterrânea” foi “viver” para a Praça do Arnado, os troleicarros deixaram de poder circular na Fernão de Magalhães por causa da dimensão desajustada da “rotunda”, mas tudo se resolveu em maio de 2018, quando os 5 “troleys” voltaram a fazer carreira para a Universidade e Santo António dos Olivais.
E a lenda? Conta a lenda, a lenda conta que Hermenerico perdeu a batalha contra Ataces. No seguimento dessas pelejas, a filha de Hermenerico, Cindazunda, que era belíssima, foi oferecida em casamento a Ataces como garante de paz.
E a partir daí Coimbra pacificou-se e os povos desavindos passaram a conviver. “É uma característica marcante de Coimbra: sítio de encontro de culturas, de povos, de religiões, acolhidos ao longo dos séculos de forma pacífica”.
Reza a lenda que Hermenerico perdeu a batalha contra Ataces. No seguimento dessas pelejas, a filha de Hermenerico, Cindazunda, que era belíssima, foi oferecida em casamento a Ataces como garante de paz.
E a partir daí Coimbra pacificou-se e os povos desavindos passaram a conviver…
Veja o que aconteceu em 2017:
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