Coimbra
Saúde do Centro rejeita acusação de que rastreio do cancro do cólon e reto esteja parado
A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), liderada por Rosa Reis Marques, rejeitou hoje a acusação do presidente da Europacolon de que o rastreio do cancro do cólon e do reto está parado na região.
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“A ARSC não está em projeto-piloto, está a trabalhar neste rastreio de forma estruturada e planeada desde 2009, com as dificuldades próprias de uma atividade desta envergadura”, refere o organismo, em comunicado enviado à agência Lusa.
Na segunda-feira, o presidente da Europacolon, Vítor Neves, disse que, a nível nacional, os doentes referenciados após o resultado positivo na pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF) aguardam, em média, cinco meses para realizar uma colonoscopia, quando o “ideal é três semanas”, e denunciou que a ARS Centro “tem o rastreio parado”.
“A parte mais grave é que as colonoscopias necessárias, de quem tem positividade de sangue oculto nas fezes, não estão a ser conseguidas no prazo mínimo expectável, que seriam de três a quatro semanas. As reclamações de pacientes é que colonoscopias estão a demorar meses a serem marcadas, o que contraria a filosofia do rastreio e da sobrevivência das pessoas, que precisam de confirmar se é uma doença oncológica”, denunciou.
Segundo a ARSC, o programa de rastreio está a decorrer em mais de 50 centros de saúde da região, sendo que, atualmente, a adesão da população é na ordem dos 60%, “percentagem muito satisfatória e com possibilidade de crescimento”.
Na região Centro, “os hospitais públicos que estão a colaborar com a ARS no âmbito do rastreio são o Hospital S. Teotónio (Viseu), o Hospital St. André (Leiria), o Hospital da Figueira da Foz e o IPO Coimbra”.
“De uma maneira geral, a resposta tem sido muito rápida (chegando a cerca de 15 dias de intervalo entre a PSOF Positiva e a chamada para a colonoscopia). Pontualmente, e conjunturalmente, pode haver uma demora superior, mas os serviços hospitalares, uma vez detetada a falha, tudo fazem para a resolver”, frisa o comunicado.
A nota salienta ainda que, em relação ao IPO, os utentes são chamados para uma consulta prévia e todos os exames preparatórios da colonoscopia (com sedação) já são realizados a nível hospitalar.
“O ano de 2017 foi marcado pela mudança de método inicial de rastreio, com objetivo de aumentar a sensibilidade e especificidade do teste, ou seja, garantir uma deteção mais eficaz e precoce das lesões pré-cancerosas. Esta mudança, vantajosa em termos de melhores cuidados prestados à população, implicou alguma perturbação no acesso, resultado das muitas alterações que tiveram que ser realizadas para adaptação a esta nova realidade”, refere o comunicado.
A ARSC está “a diligenciar no sentido de, até final de 2018, alargar o programa [de rastreio] a toda a região, estando, para esse efeito, a dotar as unidades funcionais dos agrupamentos de centros de saúde (ACeS) das condições logísticas necessárias, bem como a realizar formação aos profissionais dos cuidados de saúde primários”.
“Outro aspeto relevante tem a ver com a alocação do sistema informático dedicado nos hospitais aderentes, bem como a ligação entre sistemas informáticos que permitem fazer a gestão, monitorização e avaliação do programa em termos de produtividade, tempos de espera e resultados”, que está em processo de aquisição, refere a ARSC.
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