Coimbra

Tarifário de água em Mira mais que duplica com nova empresa intermunicipal

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 13-07-2018

O tarifário de água e saneamento no município de Mira, distrito de Coimbra, mais do que duplica com a integração da autarquia na empresa intermunicipal Águas do Mondego e Gândara, decisão assumida pelo autarca local.


“Obviamente que, na política, como na vida, é preciso tomar decisões corajosas e essa é uma delas”, afirmou Raul Almeida, questionado pela Lusa, durante a sessão de hoje, sobre o anunciado aumento do tarifário de água e saneamento no município que lidera.

O autarca, que disse atuar “em defesa” dos munícipes, frisou que quando o aumento do tarifário acontecer será acompanhado por “obras e investimentos para aumentar a qualidade e quantidade de água e a cobertura do saneamento”.

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Raul Almeida lembrou que a entidade reguladora do setor (ERSAR) obriga a atualizar o tarifário e a autarquia “nunca” o fez, defendendo que a atualização de tarifas fosse acompanhada de um investimento no sistema de águas e saneamento “que o sustentasse”, coisa que a integração na nova entidade intermunicipal irá possibilitar.

O estudo técnico, apresentado hoje por Paulo Campos, ex-secretário de Estado das Obras Públicas e assessor da empresa responsável pelos relatórios que sustentam a criação da Águas do Mondego e Gândara, aponta para um valor de tarifas que não foi divulgado, mas que desce ligeiramente no município de Soure, mantém-se em Montemor-o-Velho e aumenta em Mira, as três autarquias que a constituem.

De acordo com dados disponíveis na página da ERSAR, consultados pela Lusa e relativos a 2016 (o mesmo ano dos dados do estudo) para um consumo mensal de 10 metros cúbicos um utilizador paga, em Mira, de tarifa de água e saneamento cerca de sete euros, em Soure 18,5 e em Montemor-o-Velho 16,5 euros.

“Sei que é um aumento grande, mas também foi aqui provado e está provado no estudo que se eu ficasse sozinho [e não integrasse a empresa intermunicipal] esse aumento teria de ser muito maior para fazer o volume de investimentos que vamos fazer”, alegou Raul Almeida.

Adiantou que o município vai passar a dispor de um tarifário social, para famílias desfavorecidas, que neste momento não possui: “Quem não pode pagar ou não tem condições, vai continuar a p

agar pouco. E vai ser um tarifário com uma malha larga para abranger muita gente”, argumentou.
O autarca disse ainda que o “compromisso” que assumiu na Assembleia Municipal de Mira foi o de investir 800 mil euros no primeiro ano para melhorar a captação e distribuição de água e, nos sete anos seguintes, levar a cobertura do saneamento no concelho até perto dos 100%.

“As pessoas quando começarem a pagar mais tarifa veem obra”, disse Raul Almeida.

O estudo preconiza ainda uma concessão com um prazo de 40 anos e um montante de investimento total de cerca de 95 milhões de euros naquele período.

Os custos com o pessoal também sobem – aumentam cerca de 50% entre 2016 e 2013, de cerca de um milhão para 1,5 milhões de euros – e a água não faturada (que presentemente varia entre os 40% em Mira e os 68% em Soure) serão reduzidas para 20% “ao fim de três anos”, disse Paulo Campos.

Com a agregação, a adesão ao serviço de abastecimento de água por parte dos clientes deverá atingir 90%, valores que presentemente variam entre os 73% em Montemor-o-Velho e os 83% em Soure e que a importação de água de municípios vizinhos – Cantanhede fornece Mira e Montemor-o-Velho – se reduza de 13% para um valor “residual” da ordem de um por cento.

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