Coimbra
“Memória e Esquecimento” na edição de 2018 do CiTEMOR
O festival Citemor, de Montemor-o-Velho, que volta a estender-se a Coimbra e à Figueira da Foz, conta com música de Ivo Dimchev, um regresso de Angélica Lidell e um trabalho do Teatro do Vestido sobre as salinas.
A 40.ª edição do Citemor, que decorre de 19 de julho a 11 de agosto, tem como tema “Memória e Esquecimento”, sublinhando a organização que este evento “é simultaneamente o festival de teatro mais antigo do país e também aquele que se tem reinventado, desafiado pela mudança dos tempos”, apostando numa programação centrada na criação contemporânea.
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Desvalorizando o número redondo das 40 edições, o diretor do festival, Armando Valente, sublinha que o Citemor esteve “numa trajetória descendente”, depois de anos com a sua existência em dúvida, face à ausência de financiamento do Estado.
Após voltar a ser contemplado nos apoios bianuais da Direção-Geral das Artes este ano, torna-se mais fácil programar e avançar com residências artísticas e coproduções – uma das marcas do Citemor -, no entanto, a organização tem “a consciência da fragilidade” do que foi construído até agora, refere.
“O ideal, pelas características do festival – que participa na produção – seria estarmos neste momento com criadores e programadores a esboçar já uma programação para 2020-2021 e é muito difícil a esta distância com um apoio de dois anos”, salienta Armando Valente.
É a música que dá o arranque do Citemor deste ano, que dá a conhecer ao público o búlgaro Ivo Dimchev, “detentor de uma ampla tessitura vocal”, num espetáculo a solo no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, a 19 de julho.
Dimchev “combina um registo operático com uma estética pop e as suas composições revelam uma estrutura invulgar, com uma forma próxima da música expressionista”, refere o festival.
Pelo festival, passam também a espanhola Angélica Liddell, criadora com uma “longa relação” com o Citemor, que apresenta em Montemor-o-Velho “Cuaderno de Trabajo”, Luís Severo que dá um concerto na Garagem Auto Peninsular, na Figueira da Foz, e Francisco Camacho que apresenta um trabalho sobre Montemor-o-Velho que resulta de uma residência artística promovida pelo festival.
Na Figueira da Foz, vai também ser apresentado “Pontes de sal”, do Teatro do Vestido, em torno das salinas daquele concelho.
“Esta será uma apresentação informal – uma primeira estação do trabalho” do Teatro do Vestido, que terá uma duração de dois anos, afirmou Armando Valente.
Pelo Citemor, passam ainda nomes como Inês Campos, a espanhola Monica Valenciano, uma das “coreógrafas mais influentes da sua geração”, João Fiadeiro ou Paula Diogo, entre outros.
No acesso a todos os espetáculos do festival é o espetador que define o preço do bilhete.
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