Coimbra
As Pupilas do Senhor Reitor são boazonas!
“João Gabriel Silva” na qualidade de “Reitor da Universidade de Coimbra resolveu atacar o director do Notícias de Coimbra depois deste jornal ter publicado o artigo “Reitor pagou doutoramento a suposta namorada que toma conta da Universidade de Coimbra?!”.
Num escrito com o petulante título “Obscurantismo misógino medievo”, o senhor reitor mostra, em primeiro lugar que não é magnifico a titular.
Senhor reitor, “Obscurantismo misógino medievo” é quase chinês para o comum dos mortais que não vive à sombra da torre de onde emana uma mensagem que “é assim tipo uma cena que não é bué da fixe nem muita cool”. Percebeu? Não! Vá ao dicionário, que eu também fui para perceber até que ponto estava a ser insultado por VExa.
Mas vamos ao que interessa. E interessa referir que o folhetim de João Silva não consegue desmentir nada do que publicado pelo NDC. Se fosse para repor a verdade podia ter exercido o Direito de Resposta, mas como não havia nada para desmentir, preferiu reinar a sério.
Estive para não lhe responder, mas como quem cala consente, não o vou deixar a falar sozinho, mais não seja por uma questão de respeito institucional.
João Silva veio a terreiro com o único intuito de defender a “sua dama”? Tem todo o direito de o fazer no Facebook, mas podia ter evitado usar a base de dados da Universidade de Coimbra para propagar a sua ficção (ou será fixação?), através da mailing list da UC, através da qual conta uma “estória” a funcionários, professores, alunos, bolseiros, ou archeiros da instituição.
Escreveu o senhor reitor que “Fernando Moura publicou no seu blog “Notícias de Coimbra” um texto sob o título “Reitor pagou doutoramento a suposta namorada que toma conta da Universidade de Coimbra?!”, onde confirma a sua total falta de nível e de ética profissional”.
Ao escrever que o Notícias de Coimbra é um “blog”, o senhor João Silva tem como único propósito desvalorizar a informação veiculada e achincalhar o seu director.
Ele sabe que o Notícias de Coimbra é uma “Publicação periódica com periodicidade diária registada na Entidade Reguladora para Comunicação Social sob o nº 126 375”.
Sabe porque está na ficha técnica do diário. Sabe porque está no rodapé do email que lhe enviei para colocar as questões a que respondeu com “meias verdades”.
Sabe ainda que o NDC é “um jornal como os outros”, com os mesmo direitos e deveres, mas diferente dos que dizem bem dele em troca de uns anúncios pagos por todos os contribuintes.
Quanto à ética, quer mesmo falar nela? Podemos começar por dissertar sobre os contratos que a Universidade de Coimbra celebra com empresas geridas pelos seus professores? É melhor não. Dava pano para muitas mangas de alpacas! Sim, eu sei que até pode ser legal, mas é tudo menos ético assinar tantos ajustes directos aos mesmo de sempre. Mas também podemos falar de doutoramentos no estrangeiro. Ou do clime de medo que se vive na instituição. “Você decide”.
Ao ouvir a UC, Fernando Moura permitiu que a instituição exercesse o contraditório, respeitou a Lei de Imprensa e o Estatuto do Jornalista. Ponto final. Aliás, vírgula, pois lamenta-se que a legislação não inclua uma espécie de” maquina da verdade” para titulares de cargos públicos que mentem com todos os dentes ou próteses.
O resto é conversa para João Silva ficar bem no retrato junto dos seus seguidores.
Prossegue João Silva: Apesar de lhe ter sido formalmente confirmado que não há qualquer relação pessoal entre mim e a Dra. Teresa Antunes, administradora da Universidade de Coimbra, e de ele não apresentar qualquer dado objetivo nesse sentido, apenas referir mexericos vagos, isso não o impede de, no título e no próprio texto, repetir várias vezes a insinuação de ela ser minha namorada, algo que é totalmente falso, e de sugerir que só por isso a nomeei administradora da Universidade de Coimbra, para além de outros favorecimentos. Não é a primeira vez que ele faz este tipo de insinuações. Fernando Moura mostra desta forma uma misoginia obscurantista profunda. Não concebe que as mulheres possam ocupar cargos de relevo estritamente pelo seu mérito profissional.
obs·cu·ran·tis·mo
substantivo masculino
1. Trevas, escuridão.
2. [Figurado] Oposição sistemática ao desenvolvimento da instrução e do progresso.
3. Estado de completa ignorância.
O misógino sou eu, mas João Silva está embalado, acrescentando que “A competência da Dra. Teresa Antunes está profusamente comprovada. Veja-se por exemplo o mais avançado sistema de gestão de deslocações em serviço da administração pública portuguesa, que está em funcionamento pleno, com enorme sucesso, na Universidade de Coimbra, totalmente concebido por si, que também coordenou todo o processo da sua implementação, sistema este que continua a ser o mais avançado de toda a administração pública portuguesa”.
mi·só·gi·no
(grego misogúnes, -ou)
adjectivo e substantivo masculino
Que ou aquele que revela aversão ou desprezo pelas mulheres (ex.: chocou a audiência com os seus comentários misóginos; não gostava que dissessem que ele era um misógino).
Já se percebeu que o único propósito de João Silva é defender Teresa e atacar. Dá mais exemplos: Vejam-se as dezenas de milhões de euros que a Universidade de Coimbra resgatou graças às profundas mudanças que introduziu na gestão de projetos, e que estão a permitir, por exemplo, a recuperação plena do estádio universitário, que doutra forma seria impossível. Veja-se a sua intervenção decisiva no processo que levou à reconstrução do Colégio da Trindade; sem ela ainda teríamos uma cratera junto ao pátio da Universidade, em vez do notável edifício que lá existe agora, que a todos orgulha. Veja-se como conseguiu que a Universidade de Coimbra fosse uma das primeiras instituições públicas de grande dimensão a concretizar este ano as valorizações remuneratórias das carreiras gerais. Alguém sério conseguiria com facilidade identificar estes e muitos outros exemplos da sua notável competência, se andasse à procura da verdade, e não apenas a atirar lama.
Às mulheres é devido pleno reconhecimento pelo seu mérito, pela sua competência, pelo seu trabalho. Mais a elas do que aos homens pois, se tivesse sido nomeado para administrador um homem, não seria sujeito a este enxovalho”.
me·di·e·vo |ê| ou |é|
(latim científico medium aevum, idade média)
adjectivo
1. Medieval.
substantivo masculino
2. [História] O mesmo que Idade Média.
Felizmente, cada vez mais, a sociedade portuguesa reconhece nas mulheres uma cidadania plena, em contraste com atitudes como as de Fernando Moura, que apenas revelam um obscurantismo medieval. É preciso vencer esta misoginia retrógrada para que as mulheres ocupem na sociedade portuguesa mais lugares de chefia, para os quais têm pleno mérito.
“Portugal seria um país bem melhor se soubesse aproveitar em pleno a capacidade feminina, que estas atitudes mentalmente pré-históricas tantas vezes inibem”, conclui João Silva no texto em que defende uma mulher que depois disto foi “obrigada” a partilhar o texto no Facebook
O cidadão João Silva e o reitor da Universidade de Coimbra sabem que Notícias de Coimbra não colocou em causa a competência da administradora da Universidade de Coimbra, que caso se sentisse ofendida, tinha capacidade para exercer o direito de resposta que a lei lhe confere sem ter de recorrer ao seu chefe.
Notícias de Coimbra publicou factos comprovados por documentos a que teve acesso e com base nas respostas da Universidade de Coimbra. Estou de consciência tranquila, doa a quem doer, só me interessa a verdade.
No que toca à putativa relação sentimental de Teresa com João, a resposta deste foi taxativa: Rigorosamente nenhuma.
Depois de João Silva ter “dado música” a quem o leu dentro e fora da Universidade, Teresa Antunes partilhou o “elogio” no seu mural, reiterado que não tem nem nunca teve relacionamentos pessoais ou conjugais com qualquer chefia ao longo da minha vida.
Apesar de sempre ter defendido e mantido a minha vida pessoal no domínio privado, partilho esta publicação em defesa do meu bom nome, da dignidade e respeito que é devido a todas as mulheres de bem.
E, se dúvidas houver, esclareço:
Não tenho nem nunca tive relacionamentos pessoais ou conjugais com qualquer chefia ao longo da minha vida. Tenho muito respeito por mim mesma e quero continuar a acreditar que o mérito profissional presidirá sempre e cada vez mais na escolha das pessoas que ocupam cargos públicos.
Tudo quanto recebi do estado português é público e está ética, legal e documentalmente justificado, não tenho nada a esconder.
Nunca usufruí de um cêntimo da universidade de coimbra que não me fosse devido pelo meu trabalho; nunca reivindiquei um cêntimo pelos milhares de horas extraordinárias que dei gratuitamente à uc ao longo dos últimos 20 anos e a que tinha legalmente direito; todos os meus atos de gestão são públicos e perfeitamente escrutináveis.
Ao contrário de muita gente, incluindo de quem me atira farpas, concorri há mais de 20 anos a um posto de trabalho nos Huc (que afinal era para a faculdade de medicina da uc e eu nem sabia porque o anúncio apenas referia Huc) e fui selecionada por mérito próprio, sem cunhas ou amigos a intercederem por mim.
Fui, no início da minha carreira, convidada a exercer vários cargos de coordenação em diferentes setores da uc, sem remuneração adicional ou horas extraordinárias, que aceitei para ganhar experiência e currículo, e dos quais muito me orgulho, pois ajudaram-me a ser quem sou hoje, pessoal e profissionalmente.
Talvez isso, aliado ao facto de ser mulher, seja um incómodo insuportável para quem é desprovido de mérito e/ou carácter e tem por princípio viver ou sobreviver de favores diversos.
Não é, nunca foi nem nunca será o meu caso. A minha dignidade e valores não mo permitem.
Contudo, não deixa de ser um desalento viver numa sociedade que integra pessoas tão medíocres, desprovidas de ética, caráter e respeito pelo outro, tenho de o reconhecer.
Espero, a bem da cidade e do país, que muitas mais mulheres competentes possam ascender a cargos de topo sem serem sujeitas, como eu tenho sido, a enxovalhos ignóbeis por exercer, sem cedência a interesses diversos, o cargo de administradora da universidade de coimbra”.
Pelos vistos, era uma resposta aguardada pela ex-esposa do senhor reitor desde o inicio da década, pois Adelaide Chichorro comentou no Facebook de Teresa Antunes, depois desta ter partilhado a publicação da chefia:
Em todo o caso, o mal está feito, Teresa. Já podia ter dado esta explicação pública em 2011. E o mesmo é válido para o meu ex-marido. Desde essa altura que a minha vida pessoal se alterou radicalmente, para pior, por causa da ambiguidade gerada pela boateira, que circulava por toda a universidade. E também a minha produtividade profissional se deteriorou. Podia ter-nos poupado estes sete anos de sofrimento de muitas maneiras, e esta é uma delas: assumir uma voz própria, em privado ou publicamente. Fica-lhe bem fazê-lo agora, mesmo tarde, e agradeço-lhe muito que o tenha feito. Mas há atrasos terríveis, como sabe. Desejo-lhe os maiores sucessos profissionais e pessoais, e que seja feliz, apesar de tudo. Em certos cargos, o privado é público. Nunca esteve em causa para mim a sua competência profissional: apenas acho (e nisso divergimos) que essa tal voz própria tem de existir. Por isso sou de opinião de que, numa universidade, é importante ter doutoramento em cargos de topo, que exigem não raro essas tais muitas horas extraordinárias de que fala – até para se prevenir este tipo de ilações públicas, que muito mal fazem à estabilidade das famílias”.
O senhor João Silva aproveita a oportunidade para falar de um assunto que não abona nada a seu favor e de outra das suas “colegas”. Para provar que eu sou o “mau da fita2, volta a exibir o “filme” da famigerada Agenda 7 Coimbra.
Diz que “A falta de princípios de Fernando Moura manifesta-se também noutras áreas. Veja-se por exemplo aqui”, dando como exemplo algo que devia ter servido para lhe abrir os olhos e para cujo peditório já dei mais do devia.
Se tivesse vergonha na cara, João Silva tinha enterrado mais a cabeça na areia, que foi o que fez durante 4 anos, o tempo que esperei para que a Universidade adquirisse (sem mais valias para mim) a marca que a Vice-Reitora Clara Almeida Santos se “esqueceu” de registar antes de lançar a desinspirada publicação cultural.
Na sua douta arrogância, para não admitirem que erraram, que desbaratam dinheiros públicos, João e Clara preferiram “descontinuar a publicação, quando podiam ter mantido o título pelo valor que despendi para acautelar que a marca pudesse ser usada pela Universidade de Coimbra.
Enfim, como querem, podem e mandam sem grande controlo de quem tinha obrigação de fiscalizar para onde vai o dinheiro das propinas e dos contribuinte, vão cantando e rindo enquanto desbaratam dinheiro em projectos como esta agenda ou a famigerada UCV, a televisão da universidade que terminou sem que ninguém tenha dado por ela.
Enfim, João Silva acha que sabe dançar, mas não passa de um bailarino que alimenta o sonho de trazer charters de chineses para as cada vez mais vazias cadeiras da Universidade de Coimbra.
Ao contrário de João Silva, eu não posso usar os meios da Universidade de Coimbra para enviar este esclarecimento a toda a comunidade universitária, espero que o senhor reitor diligencie nesse sentido, pois tenho o direito de me defender.
Opinião de Fernando Moura, um cidadão que não despreza as mulheres e gosta delas tanto como ama ser director do Notícias de Coimbra, o jornal da cidade que não vive à sombra da Cabra.
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