O padre António Vieira e Eça de Queiroz deram hoje o mote aos ministros da Educação e da Presidência e da Modernização Administrativa quanto à necessidade de Portugal promover a inovação social no interior montanhoso. 
“Nós somos o que fazemos, o que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que verdadeiramente fazemos. Nos dias em que não fazemos, apenas duramos”, afirmou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na abertura da iniciativa Aldeia da Inovação Social, que decorre no lugar de Cerdeira, na Serra da Lousã, entre hoje e quinta-feira.
Tiago Brandão Rodrigues recordou os tempos de estudante universitário em Coimbra, quanto teve oportunidade de conhecer melhor a obra do padre António Vieira para citar uma “frase absolutamente fascinante” do escritor do século XVII: “Eu sei que vocês não duram, que vocês fazem”.
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“É uma alegria poder estar aqui com fazedores que todos os dias fazem para que todos juntos possamos ter um Portugal melhor”, sublinhou, inspirado no autor do “Sermão de Santo António aos Peixes”.
A inovação “é a resposta que a sociedade dá à energia da sociedade civil”, mas importa “não inovar por inovar, mas que a inovação se traduza em ganhos significativos de uma comunidade”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues.
A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, preferiu citar “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queiroz: “O que o prendia à serra era o ter nela encontrado o que na cidade não encontrara nunca. Dias tão cheios, tão deliciosamente ocupados, de um tão saboroso interesse que sempre penetrava neles como numa festa ou numa glória”.
Realçando a importância da inovação social no desenvolvimento, a ministra concluiu com um apelo aos participantes no programa de dois dias, organizado pela Portugal Inovação Social (PIS), oriundos de vários pontos do país.
“Façamos destes dias, nesta bela Serra da Lousã, dias tão cheios e tão deliciosamente ocupados que, no fim do dia, todos nós vamos daqui com uma nova ideia, um novo projeto”, defendeu.
Os portugueses vão ter “de saber trabalhar de uma forma inovadora” para poderem responder “aos muitos desafios” que têm pela frente, disse Maria Manuel leitão Marques.
“Um quarto da população nunca acedeu à internet”, lamentou, enumerando desafios à escala global como a sustentabilidade ambiental e a “excessiva urbanização do mundo”, uma tendência que “não trouxe grande qualidade” de vida às pessoas.
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