Coimbra
IParque ou loja dos 300?
“Foi recebido no gabinete e depois no terreno, o conselho de administração de uma grande empresa que veio (imperceptível) para ver as condições de acolhimento empresarial em Coimbra. Foi pedido pela empresa que não procedêssemos à divulgação do nome (imperceptível) da operação. É um investimento importante, que, correndo bem, permite criar em Coimbra mais de 350 postos de trabalho em áreas tecnologicamente avançadas e também ligadas à área da saúde. Mas assumi o compromisso perante a empresa que sobre a divulgação (imperceptível) subsequente que esperaria pela validação da entidade estrangeira que está disponível para investir em Coimbra”.
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Foi desta forma que Manuel Machado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) anunciou um eventual “investimento” estrangeiro no nosso concelho.
A novidade foi dada pelo autarca local naquela parte da reunião da CMC em que apresenta o “telejornal” do que aconteceu no município na última quinzena.
Hoje, o diário As Beiras coloca na primeira página que “FÁBRICA JAPONESA VAI PARA O COIMBRA IPARQUE. Unidade industrial de equipamentos para a área da saúde está a ser “negociada” com a câmara municipal e deverá criar entre 350 e 400 postos de trabalho”.
“Na origem deste investimento potencial está um grupo japonês, que já tem instalações na Europa,nomeadamente, na Polónia. Segundo foi possível apurar, os contactos com a Câmara Municipal de Coimbra têm sido conduzidos por representantes da empresa – alemães e espanhóis – e intermediados por, pelo menos, um engenheiro português”, acrescenta o jornal da Fapricela.
De acordo com as informações recolhidas pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o objetivo é ocupar uma ampla zona de terreno, à entrada do Coimbra iParque. Dada a dimensão do espaço requerido, está em equação o recurso a uma área não abrangida pelo Plano de Pormenor do parque tecnológico.
Já não é a primeira vez que o diário As Beiras tem o mérito de divulgar o que Manuel Machado não conta no local próprio, pelo que se acredita que a informação plasmada no jornal seja fidedigna.
A fazer fé no que é contado pelo experiente periodista, ficamos a conhecer a origem e o local do investimento, pelo que só falta saber no nome conglomerado empresarial que reuniu com Manuel Machado na ancestral “Sala do Despacho”.
Recordamos que não é a primeira vez que o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra anuncia a criação de 300 postos de trabalho no falido iParque.
Em 2017 o então recandidato do PS à Câmara de Coimbra anunciava que a Câmara continua a “adquirir terrenos para alargar o iParque”, onde, em breve, vai surgir uma empresa, que criará “300 postos trabalho diretos”.
Até hoje, 4 de junho de 2018, não foi divulgado o nome do investidor. Fonte do PSD contou a Notícias de Coimbra que esse investidor seria a alemã Olympus, que tem uma operação nos Fornos.
A mesma fonte adiantou ao nosso jornal que esse investimento está em risco, pois a Câmara de Braga já teria contactado a Olympus para investir na cidade minhota, o que terá acontecido durante a recente visita da chanceler alemã Angela Merkel.
Notícias de Coimbra contactou a fábrica de máquinas de fotografar e filmar, mas esta não respodeu ao nosso pedido de esclarecimento.
Ontem, na reunião do executivo municipal, Paulo Leitão, Braga disse que um “investimento anunciado de forma populista pelo Sr. Vice-Presidente em plena Campanha Autárquica corre riscos de ir para Braga, faço votos que não se trate apenas de retórica e que a atual maioria esteja mesmo empenhada na fixação desse investimento em Coimbra, sob pena de demostrarem mais uma vez a sua incompetência, não lhes restando outro caminho que não seja apresentar a própria demissão”.
O vereador do PSD chamou a atenção para o facto da líder alemã se ter deslocado a uma cidade de média dimensão (Braga) para inaugurar um Centro Tecnológico e lembrou que nos últimos tempos a autarquia bracarense recebeu empresas como a Accenture, Farfetch, Regus e Aptiv (ex-Delphi).
Quando comparamos com Coimbra, as diferenças são colossais, existindo apenas em igual período referência a inauguração da nova unidade da Plural, frisou Paulo Leitão.
Se olharmos mais atentamente a todas as notícias anteriormente referidas, existe menção ao papel ativo da Empresa Municipal InvestBraga na captação e apoio à fixação dos investimentos empresariais, acrescentou vereador do PSD.
Na mesma intervenção Paulo Leitão disse que “Quando comparamos com Coimbra (onde nem existe Chefe do Gabinete de Apoio ao Investidor), e onde o Executivo Municipal se refugia sempre que interpelado num mero regulamento, e segundo o seu Vice-Presidente a política ativa de emprego resume-se ao licenciamento de unidades comerciais de média dimensão, desperdiçam-se investimentos como a loja do IKEA e o Centro de Inovação Tecnológica da IBM.
Ricardo Rio, Presidente da Câmara de Braga, esteve na última semana em Coimbra a convite da concelhia do PSD liderada por Nuno Freitas-
No final do seu primeiro mandato e na primeira reunião conhecida com a administração do iParque, Manuel Machado reafirmou que o parque de ciência e tecnologia de Coimbra iria ser incorporado na autarquia e iria adotar um novo modelo de gestão e nova administração, o que ainda não aconteceu.
“Vamos naturalmente ter de adotar uma nova gestão e um novo modelo de gestão para o iParque e, depois das indispensáveis negociações com os acionistas”, internalizá-lo e “resolver o buraco financeiro”, que é de “mais de seis milhões de euros” acrescentou o atual presidente da Câmara, que falava aos jornalistas durante uma ação de campanha em 2017.
As alterações implicam a criação de “uma entidade, com estatuto próprio”, sublinhou o socialista Manuel Machado, que 5 anos após a sua “reencarnação municipal” mantém em funções a administração nomeada pelos seus antecessores do PSD.
Manter-se-ão a participação direta do município e dos acionistas interessados, adiantou Manuel Machado, destacando que a internalização da empresa na Câmara visa resolver “a questão do buraco financeiro”, responsabilizando-se o município pelos “compromissos que o iParque assumiu com terceiros, incluindo bancos”.
O parque é atualmente detido pelo município, com uma participação de cerca de 90%, e por 11 outras entidades, como a Universidade, o Instituto Pedro Nunes e empresas que nunca fizeram o que tinham prometido.
“A alternativa seria a liquidação da empresa [gestora do parque], com devolução de fundos europeus”, mas isso “já está resolvido”, frisou o autarca e candidato.
A “internalização” do iParque pela Câmara Municipal de Coimbra pode custar 7 milhões de euros à Câmara Municipal de Coimbra.
Manuel Machado confessou isto na reunião desta segunda feira, 22 de maio, da Câmara Municipal de Coimbra que o município pode ser “obrigado” a devolver 7 milhões de euros de fundos europeus por causa da inevitável extinção da empresa Coimbra Inovação Parque SA.
O líder do município conimbricense adiantou nessa dia que ia contratar uma entidade especializada na área financeira e jurídica para evitar a obrigatoriedade de devolução dos dinheiros da Europa, mas ainda não deu conta do que foi apurado.
Recordamos que o Conselho de Administração do iParque tem apenas dois elementos (Magalhães Cardoso e Paulo Mendes) desde que Veiga Simão abandonou (em abril de 2015) as funções que para ocupar o cargo de Vice-Presidente da CCDRC.
Segundo dados disponíveis na Conservatória do Registo Comercial de Coimbra o mandato desta administração terminou em 15 de maio de 2016 e de acordo com o deputado municipal Nuno Freitas não aproveou as contas desse ano.
A Câmara Municipal de Coimbra é a principal acionista da Coimbra Inovação Parque, com 90,23%. A lista de acionistas inclui ainda a Universidade de Coimbra (1,79%), a SI Vales – Saúde e Vida, SGPS, Lda. (1,62%), a Associação Comercial e Industrial de Coimbra (1,44%) e o Novo Banco (1,44%).
O Conselho de Administração do Coimbra Inovação Parque é liderado por Paulo Mendes em representação da falida Associação Comercial e Industrial de Coimbra.
O edil nunca explicou porque mantém em funções Paulo Mendes, comerciante na área da decoração.
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