Coimbra

Troleicarros voltam a circular em Coimbra depois de terem parado por causa da Princesa Cindazunda

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 31-05-2018

A Câmara Municipal de Coimbra organizou hoje, dia do Corpo de Deus, duas “excursões caseiras” para mostrar à comunicação social que os míticos troleicarros voltam a fazer parte da paisagem urbana de Coimbra.

Esta manhã, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, e os vereadores Carlos Cidade, Jorge Alves, Regina Bento e Carina Gomes, e colaboradores dos SMTUC, acompanhados por jornalistas da RTP, CMTV, DC, DB, RUC e NDC, percorreram  percurso da linha n.º 103 (Estação Nova – Olivais / via Universidade e Penedo da Saudade).  

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O passeio com partida e chegada na sede dos SMTUC “correu bem”, apesar de um dos dois troleicarros ter “saído da linha” na hora da partida.

A comitiva contou com a “escolta da Polícia Municipal”, que também “abriu caminho” nos pontos mais complicados do percurso, com pouco trânsito devido ao feriado.

Como a organização municipal não tratou do farnel, os viajantes ficaram com mais tempo para “comer com os olhos” a Coimbra que faz parte do postal ilustrado.

A simpatia dos motoristas seleccionados para o evento e a boa disposição de Manuel Machado “ajudaram à festa” com paragens no Museu Machado de Castro, Universidade e Penedo da Saudade.

O edil, que conhece Coimbra melhor do que ninguém, teve ainda ensejo de dar mais umas lições de história ao enviado especial do NDC, momento que se agradece.

Quem também ficará grato por neste dia santo ter passado pela Universidade de Coimbra, foram os turistas que na Rua Larga fizeram questão de conhecer e fotografar os troleicarros, acto bem acolhido por Manuel Machado, que logo ali estabeleceu relações internacionais, não fosse ele o líder da autarquia com mais geminações no currículo.

Manuel Machado aproveitou a presença da comunicação social para lançar um alerta: A Polícia Municipal vai ter tolerância zero para os automobilistas que estacionem em local que impeça a passagem dos troleicarros. São logo multados e rebocados, garante.

Uma das novidades é que troleicarros passam a dispor de internet gratuita da rede Wi-fi Coimbra +, sublinhou Manuel Machado, mas NDC, que emitiu em directo durante a viagem de uma hora e meia, não chegou a experimentar a “auto estrada da informação”.

Veja todas declarações no vídeo do Directo NDC:

Os troleicarros voltam a percorrer as ruas de Coimbra através de duas linhas: a n.º 4 (Estação Nova – Olivais / via Conchada e Celas) e a n.º 103 (Estação Nova – Olivais / via Universidade e Penedo da Saudade).  

A frota inclui um ‘trólei’ híbrido de 2010, o Trolino, modelo da marca polaca Solaris (fabricado em parceria com a divisão checa da empresa Cegelec) e quatro troleicarros da Efacec, todos do início da década de 1980.

Os (5) troleicarros voltam às ruas de Coimbra, quase um ano depois de terem deixado de circular.

As emblemáticas viaturas, que integram a rede de transportes públicos de Coimbra há sete décadas, foram retiradas da circulação em junho de 2017, para serem reparadas, tanto a nível do motor como da carroçaria, e para trabalhos na rede de tração, segundo Jorge Alves, Vereador da Câmara Municipal e Presidente do Conselho de Administração dos SMTUC

O que é verdade, mas Notícias de Coimbra garante que intervenção foi impulsionada pela Princesa Cindazunda, pois quando esta velha conterrânea foi “viver” para a Praça do Arnado, os troleicarros deixaram de poder circular na Fernão de Magalhães por causa da dimensão desajustada da “rotunda”.

Contactada por NDC, a Câmara Municipal de Coimbra, admitiu isso mesmo, em novembro de 2017, dizendo que “na altura da requalificação da Praça do Arnado os troleicarros deixaram de circular porque a rede de tração teve de ser retirada” por causa da obra.

Dos 12 troleicarros que os SMTUC possuem, apenas estes cinco reúnem “condições para circularem com segurança” e oferecendo algum conforto, sustenta o responsável, referindo que os restantes sete veículos serão “aproveitados para fornecer peças” (parte das quais já não há no mercado) para assegurar a manutenção e reparação das viaturas que se mantém em serviço, a mais recente das quais é de 2010.

Coimbra foi a primeira cidade portuguesa a introduzir, em 1947, os troleicarros na sua rede de transportes coletivos. Porto e Braga são os dois outros centros urbanos do País que também adotaram este meio de transporte, em 1959 e em 1963, respetivamente, mas que abandonaram em 1997 (Porto) e em 1979 (Braga).

Já em relação aos carros elétricos, Coimbra foi, em 1911, o quarto dos cinco centros urbanos do país a adotarem este meio de transporte, depois do Porto (1895), de Lisboa (1901) e de Sintra (1904) e antes de Braga (1914).

A história dos troleicarros remonta ao ano de 1947, altura em que é inaugurada a primeira linha em Coimbra, que percorria 3,2 km entre a Estação Nova e o cruzamento das Almas de Freire, no alto de Santa Clara.

Coimbra será o único centro urbano da Península Ibérica com este meio de transporte em funcionamento (a cidade espanhola de Castelló de la Plana utiliza, no seu ‘metro sobre pneus’, um sistema similar ao dos troleicarros).

O executivo da CMC tem vindo a apostar na renovação da frota dos SMTUC, desde o mandato 2013-2017, que se traduziu num reforço de cerca de três dezenas de veículos durante esse período, o que corresponde a um investimento municipal superior 3,5 milhões de euros. 

Para além dos cinco troleicarros, os SMTUC, suportados pelo município, dispõem atualmente um total de 138 autocarros.

Este é mais um investimento do Município na rede de transportes públicos, que, recorde-se, investe cerca de 9 milhões de euros anuais para assegurar o custo social dos transportes, permitindo, assim, que o valor que os utentes pagam se mantenha inferior ao custo real das viagens.

Destes 9 milhões de euros, cerca de 80% tem origem nas subvenções mensais que a Câmara Municipal de Coimbra transfere para os SMTUC, sendo o restante oriundo da receita dos parques de estacionamento na via pública.

Manuel Machado anunciou em setembro o regresso da Ecovia, o projeto de parques de estacionamento periféricos e de autocarros dedicados ao transporte para o centro da cidade que ele próprio lançou nos anos 90, durante a sua primeira série de mandatos como presidente de Câmara.

“Vamos voltar a ter a Ecovia, ou seja: as pessoas podem deixar o seu carro num parque por um preço baixo, o qual lhes dará direito a uma viagem de ida e volta ao centro da cidade ou aos hospitais entre as 7h30 e a 20h00”.

Questionado se receia que haja uma fraca adesão à Ecovia, a principal crítica ouvida nos anos 90 do século passado quando a frota de pequenos autocarros chegou a ser apelidada de “Ecovazia”, Manuel Machado respondeu que não: “Muito coisa mudou nos últimos vinte anos: há muitos mais carros e há, sobretudo, muito mais consciência cívica e preocupações ambientais”, afirmou.

No inicio do primeiro mandato desta “reencarnação” de Manuel Machado começou a ser falada a criação de uma linha histórica de eléctricos para ligar a Rua da Alegria à Rotunda das Lages, com passagem pela Ponte de Santa Clara. 

Hoje, 4 anos após esta promessa, Manuel Machado reconhece que não será fácil meter os centenários eléctricos nos carris, sobretudo em cima do tabuleiro da Ponte de Santa Clara.

O vídeo do Directo NDC mostra toda a viagem_

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