Coimbra

Eléctrico na Ponte de Santa Clara pode não passar de um desejo de Manuel Machado

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 31-05-2018

No inicio do primeiro mandato desta “reencarnação” de Manuel Machado começou a ser falada a criação de uma linha histórica de eléctricos para ligar a Rua da Alegria à Rotunda das Lages, com passagem pela Ponte de Santa Clara.

Em Outubro de 2014, a autarquia presidida por Manuel Machado defendia mesmo que “numa cidade com a riqueza patrimonial e potencial turístico de Coimbra, é necessária a criação de meios que permitam a fruição e valorização destes ativos”.

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4 anos após esta promessa, Manuel Machado reconhece que não será fácil meter os centenários  eléctricos nos carris, sobretudo em cima do tabuleiro da Ponte de Santa Clara.

Hoje, quando apresentava a frota de 5 troleicarros que vão efectuar duas carreiras no centro de Coimbra, o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra admitiu que o transporte sobre carris é muito complicado.

O desejo é percorrer as duas margens, mas há uma componente técnica, que é a  travessia da ponte de Santa Clara, que pode impedir que os eléctricos atravessem o rio, admitiu o autarca local.

Estamos a trabalhar para isso, para ligar as duas margens, mas o processo de licenciamento é complicado, mas se não for possível, pelo menos numa das margens haverá eléctricos, promete Manuel Machado.

O edil dá assim a entender que o poder central pode não autorizar a montagem das linhas no tabuleiro da Ponte de Santa Clara.

Manuel Machado, que não se compromete com datas de inauguração deste “eléctrico histórico e turístico”, sabe ainda que também não será fácil (re)colocar carris nas outras artérias citadinas.

 “O estudo prévio e estudo de impacto ambiental da Linha de eléctricos entre a Rua da Alegria e a Rotunda das Lages” foi aprovado em 2015, com os votos do PS, o CPC esteve contra e o PSD e CDU optaram pela abstenção.

Na altura, o Presidente da Câmara garantiu que a implementação do transporte turístico deverá orçar em 5 ou 6 milhões, mas o então vereador do PSD Raimundo Silva chegou a falar que seriam necessários 9 ou 10 milhões de euros.

A solução de trajeto proposta, que admitia aperfeiçoamentos, partiria do Parque Dr. Manuel Braga em direção à Portagem e atravessaria a Ponte de Santa Clara, prevendo-se que esta passasse a ter três vias rodoviárias.

Em todo o percurso, a interação com o tráfego automóvel far-se-ia por intermédio de sinalização luminosa.

Da Ponte de Santa Clara, seguia-se a passagem pela Av. João das Regras e a entrada na Rua Feitoria dos Linhos. Nesta artéria, estava previsto um troço de duplicação da linha ferroviária, numa extensão de 60 a 70 metros, para cruzamento de viaturas. No restante trajeto, a linha teria via única.

Após a Rua Feitoria dos Linhos, o trajeto seguiria para a Estrada das Lágrimas, onde o trânsito rodoviário deveria processar-se apenas num sentido. O percurso desta linha histórica passaria ainda pela Rotunda das Lages e terminaria junto ao Exploratório.

No total, a futura Linha de elétricos teria uma extensão de cerca de 2 km, sendo que a viagem entre o Parque Dr. Manuel Braga e o Exploratório deverá demoraria cerca de um quarto de hora (meia hora no caso de ida e volta). O custo previsto para a implantação do projeto é de 4.250.000 euros.

A execução do mesmo obrigaria ainda a uma Avaliação de Impacte Ambiental e a um estudo de tráfego que avalie as implicações/interferências que o trajeto tem no trânsito, nomeadamente nas chamadas horas de ponta.

Por último, teria de ser desenvolvido um estudo da sinalização luminosa de circulação de toda a área envolvente, que enquadraria o funcionamento da linha histórica com o tráfego rodoviário, no percurso preconizado.

“Esta é mais uma forma de diversificar os espaços de fruição turística, ampliando a experiência dos visitantes que poderão passar a conhecer pontos de interesse que habitualmente estão ausentes dos circuitos mais tradicionais da cidade”, garantia a CMC em 2014.

Recorde-se que a mobilidade elétrica, hoje tão na moda um pouco por todo o mundo, tem, em Coimbra, uma tradição mais do que centenária, que remonta a 1911.

A CMC terá um espólio de oito viaturas eléctricas. Três são de 1911, uma de 1912, três de 1928 e uma de 1930. O edil adiantou hoje que foram recuperadas 3.  

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