Coimbra
Aldeia do Xisto “invadida”por artistas nacionais e estrangeiros
Artistas portugueses e de outros países participam no festival Elementos à Solta, que vai decorrer na aldeia serrana da Cerdeira, concelho da Lousã, entre quinta-feira e domingo.
Com a 13.ª edição da iniciativa dedicada ao duplo tema da poesia e da água, a Cerdeira, que integra a rede turística Aldeias do Xisto, acolhe a canadiana Gabrielle Carrere e os argentinos Mariana e Diego D’Amico, todos criadores na área da escultura.
A lista de artistas nacionais inclui Guida Fonseca (têxtil), Kerstin Thomas (escultura), Latifa Sayadi (escultura), Manardu (objetos de madeira), Maria Kowalski (fotografia), Maria Laranjeira (instalação), Nuno Alves (objetos em madeira), Renato Costa e Silva (escultura de cerâmica), Ricardo Lopes (cerâmica), Vanda Vilela (papel) e Vânia Kosta (têxtil).
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Durante quatro dias, a povoação volta a ser palco do festival Elementos à Solta – Art Meets Nature, desta vez inspirado no poema “Sempre a água”, de Eugénio de Andrade.
“Estamos a lançar um produto artesanal com a nossa chancela que tem a ver precisamente com a água”, disse Kerstin Thomas, da organização, à agência Lusa.
No primeiro dia do encontro, às 18:00, na Casa das Artes da Cerdeira, é apresentada a nova imagem de marca da Cerdeira e lançada a primeira peça desta linha de produtos inovadores.
Trata-se do “Ovo Cósmico”, uma bilha de barro para guardar água fresca, criada pelo oleiro açoriano Renato Costa e Silva, oriundo da ilha Terceira, no âmbito de um projeto que visa “promover peças de arte criadas por artistas amigos da Cerdeira”, segundo a Associação Cerdeira Art & Craft, a que preside Kerstin Thomas, que reside há cerca de 30 anos nesta aldeia da Serra da Lousã.
Além do trabalho ao vivo, os artistas são convidados a expor, conversar e conviver com o público.
Com entrada livre, o programa inclui ‘workshops’, exposições, música, teatro e petiscos na Taberna das Artes.
A sexta-feira, Dia Internacional da Criança, é dedicada aos alunos do quarto ano das escolas do concelho da Lousã.
Neste dia, os artistas orientam quatro ‘workshops’ subordinados ao tema “Ver com as próprias mãos”, no Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques.
Com esta iniciativa, os organizadores, em colaboração com a Câmara Municipal, pretendem que os mais de 100 participantes “trabalhem sobre as peças” que compõem as coleções do psiquiatra e etnólogo Manuel Louzã Henriques, como arados, carros e cangas de bois, entre outros utensílios do mundo rural português.
No sábado, os artistas “Mostrengos – Parada dos Sete Mares”, do Teatro de Marionetas de Mandrágora, podem ser vistos a passear pelas ruas estreitas da povoação.
O programa abrange ainda concertos de música clássica por Jenny Silvestre (cravo) e António Carrilho (flauta de bisel), na sexta-feira, e de jazz pelo trio Jeffery Davis, por João Freitas e João Cação, no sábado.
Com apoio da Câmara da Lousã e da Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto (ADXTUR), a organização encara o espaço da Cerdeira, a 700 metros de altitude, como “laboratório vivo” que reúne “condições para acolher artistas e conhecimento” num “ambiente intimista e rodeado pela natureza”.
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