Coimbra
Festival leva a leitura a fábricas, mercados e centros de dia do Interior
A primeira edição do Festival Literário Internacional do Interior, que decorre de 15 a 19 de junho, presta homenagem às vítimas dos incêndios e leva os livros e a leitura a fábricas, mercados e centros de dia de concelhos afetados pelos fogos.
Na iniciativa, participam escritores como Jerónimo Pizarro (Colômbia), Filinto Silva (Cabo Verde), José Mauro Brant (Brasil), Mempo Giardinelli (Argentina), Luis Sepúlveda (Chile), Maria Antónia Palla, Pedro Mexia ou José Luís Peixoto, num evento que vai contar com a presença do Presidente da República, na cerimónia de abertura, em Castanheira de Pera.
O chileno Luis Sepúlveda vai ler numa fábrica de Castanheira de Pera e na igreja matriz da Sertã, Pedro Mexia vai conversar com a croata Sibila Serdarevic no restaurante da aldeia de xisto de Casal de São Simão, Maria Antónia Palla apresenta um livro num jardim de Figueiró dos Vinhos e José Luís Peixoto vai fazer uma leitura num centro de dia de Pedrógão Grande.
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“Queremos que os livros estejam o mais próximo possível das pessoas. Vamos evitar os espaços mais comuns, como as bibliotecas, e vamos para restaurantes, cafés, fábricas e sítios ao ar livre”, disse à agência Lusa a escritora Ana Filomena Amaral, presidente da Arte-Via Cooperativa, promotora do evento.
O festival vai decorrer nos concelhos de Pedrógão Grande, Oliveira do Hospital, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Penela, Sertã, Tábua, Pampilhosa da Serra, Arganil, Miranda do Corvo e Lousã, todos afetados pelos grandes incêndios de 2017.
Para além das sedes de concelho, haverá também um “bibliomóvel” da fundação ADFP – Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, que vai permitir chegas “às aldeias, mesmo as mais recônditas, onde os bombeiros dificilmente chegam e os livros também”, sublinhou.
Segundo Ana Filomena Amaral, o festival pretende “virar o foco para o interior”, considerando que a arte e a cultura podem assumir um papel de “reanimadores de uma região e de um povo” gravemente afetados pelos incêndios.
“Precisamos que as pessoas venham novamente ao Interior, não por causa de uma tragédia, mas pela superação dos efeitos negativos da tragédia. Esperamos que a onda de solidariedade se mantenha, mas agora para virem fazer uma festa”, sublinhou, considerando que o programa da primeira edição só foi possível com a colaboração dos vários parceiros e municípios envolvidos.
Durante o festival, os escritores vão estar todos a residir nos 11 concelhos envolvidos na iniciativa, sendo que “cada um irá pelo menos a mais dois ou três concelhos”.
De acordo com a responsável, para o ano está prevista a criação de uma residência literária na Casa Bissaya Barreto, em Castanheira de Pera, onde um escritor estará a residir “um ou dois meses”.
No decorrer do Festival Literário Internacional do Interior, vão decorrer vários debates, conversas, leituras e exposições, havendo também espaço para ‘flash mobs’, momentos musicais, jogos e apresentações de vários livros.
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