Economia
Cinco camionistas dos CTT suspensos por terem feito greve
inco camionistas do Centro de Produção e Logística do Norte dos CTT estão suspensos depois de terem aderido a uma greve protestando contra os novos horários, denunciou à Lusa a Comissão de Trabalhadores da empresa sediada na Maia.
Segundo José Pereira, membro da Comissão de Trabalhadores (CT) do Centro de Produção e Logística do Norte (CPLN), “estão cinco camionistas suspensos por exercerem o direito à greve, mesmo tendo seguido todas as instruções que as chefias lhes deram”.
Em declarações no âmbito de uma ação de solidariedade à porta da CPLN, no distrito do Porto, que reuniu cerca de 30 funcionários da empresa, José Pereira afirmou que “também o pessoal da produção e do tratamento” e “mesmo as chefias” estão a ser “alvo de terrorismo psicológico”.
No caso dos primeiros, a ameaça deu-se “caso participassem no plenário de trabalhadores realizado na quarta-feira”, tendo a direção da CPLN ameaçado com “o desvio do serviço para Lisboa [Cabo Ruivo], fechando o centro de tratamento do Norte”.
Referindo-se às chefias, o membro da CT denunciou que “nos últimos seis meses três deles sofreram ataques cardíacos”, enquanto a outro “retiraram-no do cargo e puseram-no a distribuir correio ou sem fazer nada”.
E da empresa onde laboram “cerca de 250 trabalhadores numa situação de pressão constante que já dura há dois anos”, o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) José Sá vincou que “os correios estão sem rei nem roque, ninguém sabe o que está a fazer” e estão a “perder clientes como nunca”.
“Há um propósito claro desta administração de fazer com que os correios sejam mal vistos pela população em geral, culpando os trabalhadores e nunca a gestão”, acusou o sindicalista.
Dando conta de “uma promessa” da direção para se “reunir com o sindicato”, mas que “ainda não passou disso”, José Sá reclamou à Lusa uma “intervenção rápida e direta do Governo”.
“É estranho o silêncio do Governo nesta matéria, pois é do conhecimento público, toda a gente reclama, mas ninguém faz nada”, lamentou.
Na nota distribuída à comunicação social, o sindicato deu conta de que os trabalhadores do setor dos transportes dos CTT de Lisboa e de Coimbra “estão solidários com os seus camaradas da Maia”, estudando a possibilidade de “efetuar formas de luta”.
A Lusa tentou obter um comentário da parte dos CTT, mas até ao momento não obteve resposta.
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