Coimbra
15 mil crianças já usufruíram do transporte inter-hospitalar pediátrico
O transporte inter-hospitalar pediátrico permitiu nos últimos 11 anos “levar os cuidados intensivos” a cerca de 15 mil crianças, um serviço que, segundo o INEM, se traduz numa redução de morbilidade e mortalidade em situações críticas.
“O objetivo deste transporte é levar os cuidados intensivos até à criança e não a criança até aos cuidados intensivos. Isso sem dúvida foi uma grande mais-valia e traduz-se em muito menos morbilidade e mortalidade neste tipo de situações críticas”, afirmou Francisco Abecasis, coordenador médico responsável pelo transporte inter-hospitalar (TIP) pediátrico Sul.
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De acordo com o perito do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para a área da pediatria, a criação deste serviço permitiu reduzir a taxa de “morbilidade e mortalidade neste tipo de situações críticas” que afetam desde recém-nascidos prematuros a jovens até 18 anos.
“Estamos a falar de crianças em estado muito crítico, mas a taxa de mortalidade quer antes, durante ou imediatamente a seguir ao transporte é abaixo de 0,5%, são números muito baixos, o que quer dizer que a esmagadora maioria das crianças que é transportada por nós chega com sucesso ao seu destino e consegue depois que as coisas corram bem”, disse.
Para o responsável e membro das equipas TIP a estabilização dos doentes é um dos maiores desafios.
“Em termos de recém-nascidos há o grande prematuro, a extrema prematuridade, podemos estar a falar de recém-nascidos que têm 500 gramas de peso e que nascem num hospital que não está preparado para isso e, portanto, uma série de cuidados têm que ser tidos e, depois, há a doença aguda em crianças mais velhas, quer o trauma, (…) quer infeções graves como meningites graves ou sépsis, que são situações em que os doentes estão muito instáveis e precisam de muitas manobras de estabilização”, explicou.
Atualmente há quatro ambulâncias de TIP no país: TIP Norte (no Porto), TIP Centro (em Coimbra), TIP Sul Lisboa e TIP Sul Algarve (em Faro), o que permite cobrir “a totalidade do território continental”, algo que “poucos países na União Europeia” conseguem.
De acordo com o responsável está a ser trabalhada uma “solução juntamente com o INEM, os Açores e a Madeira” para que o sistema de transporte possa ser alargado.
“Estamos também a trabalhar numa solução juntamente com o INEM e com as regiões autónomas de tentar que este sistema de transporte possa também ir buscar crianças às ilhas quando assim for necessário e, então aí, poderíamos dizer que todo o Portugal está coberto por este sistema de transporte”, disse.
O transporte inter-hospitalar pediátrico deu os primeiros passos “no final da década de 80”, com o transporte neonatal e pediátrico. Em 2005, Coimbra começou a efetuar o transporte de crianças e jovens até aos 18 anos e, em 2010, surgiu em Lisboa o SAV (Suporte Avançado de Vida) pediátrico.
Da fusão do SAV pediátrico com o transporte de recém-nascidos de alto risco, foi oficialmente constituído como “meio de emergência médica do INEM”, o TIP, em 2013.
Em média, desde 2007, são transportadas quatro crianças por dia em “situações críticas”, que precisam de “cuidados intensivos”, tendo o transporte uma taxa de mortalidade “abaixo dos 0,5%”.
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