Cidade

“É simples: Se isto fosse explodir tudo e tivesses um minuto para agarrar qualquer coisa para salvar, o que é que salvavas?”

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 16-05-2018

A Companhia do Porto Visões Úteis regressa ao Teatro Académico de Gil Vicente, no próximo dia 22 de junho, com a sua mais recente criação: Teoria 5S é uma metodologia de arrumação que vem do Japão, mas a ideia é olhar para o arquivo morto de cada um e de como olhamos para cada objeto guardado e as memórias que cada um traz consigo.


“É simples: Se isto fosse explodir tudo e tivesses um minuto para agarrar qualquer coisa para salvar, o que é que salvavas?”

“A conservação das memórias através de um arquivo morto (ou de objetos do passado) é algo “que nos prende a um tempo onde já não podemos existir nem atuar. Não será, assim, o ato da destruição desse arquivo uma libertação necessária para podermos pertencer verdadeiramente ao presente e nos projetarmos no futuro, para nos podermos mover, seguir caminho? Por outro lado, sem esse espólio seremos nós ainda alguma coisa? Não será a única forma de identificação de uma pessoa a materialização daquilo que fez e experienciou no passado?”

PUBLICIDADE

“Teoria 5S”, coprodução da Visões Úteis com o Teatro Municipal do Porto, foi a primeira de duas criações originais – a que se seguiu “Velocidade de Escape”, em coprodução com o Teatro Nacional S. João em março de 2018 – reflete com humor sobre uma certa ansiedade reducionista (ou mesmo minimalista) dos nossos tempos, inspira-se no confronto com o arquivo que o Visões Úteis criou ao longo de mais de duas décadas, e é marcado pelo reencontro com dois atores que ocupam um lugar muito especial nesse arquivo – e na própria história do teatro do Porto -, Jorge Paupério e Óscar Branco.

Em “Teoria 5S”, um grupo de pessoas (com interpretação de Ana Azevedo, Ana Vitorino, Carlos Costa, Jorge Paupério e Óscar Branco) mergulha no seu arquivo comum, forçando-o aos ensinamentos e regras trazidos por uma especialista em metodologias de arrumação, organização e eficácia. Um caminho de redução material que tenta criar espaço para um futuro mais promissor, mas que vai afinal mostrar-se cheio de paradoxos, expondo fragilidades individuais e fraturas dentro do próprio grupo. Se calhar alguns de nós não cabem no futuro…?

Visões Úteis (Porto, 1994) é um projeto artístico pluridisciplinar, assente em metodologias de criação colaborativas. Criou e produziu já cerca de meia centena de trabalhos, na sua maioria dramaturgias originais, entre espetáculos e criações no âmbito da Performance na Paisagem – em Portugal e em Espanha, França e Itália. A direção artística é de Ana Vitorino, Carlos Costa e João Martins.

O bilhete tem o preço de 7 e 5 euros (com desconto).

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE