A conimbricense Wit Software apresentou hoje o Woodpecker, um sistema que avalia uma situação de emergência em tempo real e gera alertas para serem enviados às populações por telemóveis, telefones fixos ou sinos de igrejas.
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A sessão na Sala do Senado da Universidade de Coimbra contou com intervenções de Luís Moura e Silva, líder da Wit Software, da presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa e do Reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva.
O sistema foi desenvolvido por uma equipa de 10 engenheiros da empresa, especialista em soluções de ‘software’ para operadores de telecomunicações móveis a nível mundial.
“Antes de avançar para a arquitetura do dispositivo, a equipa realizou um estudo sobre os vários sistemas análogos existentes um pouco por todo o mundo, desde a Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, Israel, Japão e Singapura até à Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Noruega, Polónia, Reino Unido e Rússia, entre outros”.
Ao todo, foram analisados sistemas de aviso de emergência de 30 países. A equipa explorou os pontos fortes e as fragilidades de cada sistema e avançou depois para o desenvolvimento do sistema Woodpecker.
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O presidente da WIT Software, Luís Moura e Silva destaca que se trata de um “sistema de aviso preventivo que é acionado em suportes diferentes”.
“Em caso de incêndio, o sistema permite a visualização em mapa da evolução da situação e gera alertas atempados para serem enviados às populações pelos responsáveis da proteção civil. Os avisos são enviados para os telemóveis, utilizando SMS geolocalizados, para telefones fixos e para dispositivos eletrónicos que serão acoplados aos sinos e altifalantes das igrejas”, explica.
O responsável desta empresa que teve origem na Universidade de Coimbra diz também que oferece o sistema aos governantes do país e já amanhã vai “colocar o software em domínio público para que outras instituições, nomeadamente centros de investigação de instituições do ensino superior, possam melhorá-lo”, pelo que caberá ao estado decidir se deseja avançar com esta solução.
O sistema foi desenvolvido em regime pro-bono, no âmbito da política de responsabilidade social da empresa, e pode ser aplicado em várias outras situações de emergência além de incêndios, como cheias, inundações e terramotos.
No vídeo do Directo NDC pode ver como funciona o Woodpecker, “o pica-pau que não gosta de eucaliptos”:
A sessão contou com a presença de vítimas e familiares de vítimas dos incêndios ocorridos no verão de 2017, entre os quais se encontrava o bombeiro Rui Rosinha
No momento, Ana Abrunhosa, muito emocionada, realçou o esforço da sua equipa de 10 pessoas que se trabalha sem parar para apreciar rapidamente os pedidos de apoio que são apresentados na Comissão de Coordenação da Região Centro.
“Depois vemos na porcaria da televisão alguém dizer ainda há uma casa por fazer. Pois há. Há se calhar milhares de casas por fazer. Como se a solução fosse do dia para a noite. Como é que dou ânimo à minha equipa? Ajudem-nos! Não trabalhem contra nós”, pediu Ana Abrunhosa, antes de afirmar que que a sua porta está sempre aberta para receber as associações de vítimas dos incêndios.
Recordamos que o Primeiro-ministro disse no Parlamento que um sistema de alertas via SMS arrancaria no dia 1 de junho.
O jornal Expresso informava que o “SMS dos fogos” está longe de estar concluído. Acrescenta que o mesmo não funciona em casos de emergência, pois não será possível enviar SMS com menos de 24 horas de antecedência.
O sistema oferecido pela Wit Software trabalha em tempo real e permite o envio de mensagens escritas e faladas, bem como a activação dos sinos.
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