Coimbra
Carlos Cortes diz que Governo negligencia formação de jovens clínicos
O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) acusou hoje o Ministério da Saúde de negligenciar a formação na especialidade de jovens clínicos internos, pondo em causa a sua qualidade futura.
De acordo com Carlos Cortes, para além dos serviços de saúde se debaterem com falta de recursos humanos e de condições técnicas, o problema reside nos médicos mais experientes terem horários de trabalho reservados “exclusivamente” para funções assistenciais aos doentes e não para acompanhamento da formação dos jovens médicos especialistas.
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“O país não pode perder qualidade nos seus profissionais de saúde. Daqui a 10, 15 ou 20 anos já ninguém se lembra da formação que tiveram, consequência desta política imediatista e da incompetência do Ministério da Saúde em alterar a situação”, frisou Carlos Cortes.
Explicou que a Ordem dos Médicos “analisa a capacidade dos serviços para formarem especialistas” e, a partir daí, o ministério da Saúde abre vagas para as especialidades.
Em declarações à agência Lusa, à margem da Mostra de Especialidades Médicas – iniciativa do Conselho Nacional do Médico Interno em colaboração com os Conselhos Regionais Norte, Centro e Sul da Ordem dos Médicos que visa auxiliar os jovens médicos internos no processo de escolha de especialidade – Carlos Cortes disse que, em 2017, foram cerca de 2.200 os jovens médicos formados em instituições de ensino de medicina nacionais e estrangeiras (estas representaram um quarto do total) que concorreram às 1.765 vagas para especialidades médicas.
Na iniciativa que começou hoje e que decorre até sexta-feira, as especialidades são apresentadas aos interessados “todas em pé de igualdade” e “por norma” os jovens médicos “escolhem aquelas que mais se adaptam a si”, argumentou.
“Se forem especialidades cirúrgicas, os próximos seis anos [de formação específica] serão de uma dedicação e entrega total”, exemplificou o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
A sessão de abertura da Mostra de Especialidades Médicas contou com a presença de 210 médicos, sendo que, ao longo da iniciativa, os médicos mais experientes “apresentam os programas, os aspetos práticos e respondem a dúvidas sobre cada uma das especialidades”, informa, em comunicado, a SRCOM.
“Esta iniciativa tem sido uma preciosa ajuda para os jovens médicos que, desta forma, recebem conselhos e incentivos para o seu futuro”, adianta a nota
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