Educação

Mais de 80% das escolas queixam-se de falta de funcionários

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 02-05-2018

Oito em cada dez diretores escolares queixam-se da falta de assistentes operacionais, segundo um estudo, que revela também que quase metade destes funcionários tem mais de cinquenta anos e apenas 1% ganha mais de 650 euros.

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A grande maioria dos diretores escolares (82%) depara-se diariamente com a falta de funcionários, segundo um inquérito realizado durante o mês de abril pelo blogue ComRegras com o apoio da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), ao qual responderam 176 diretores.

Para muitos, este é um problema antigo: há escolas que têm falta de funcionários há mais de dez anos, uma queixa feita por 17,6% dos inquiridos.

Um em cada três diretores (34,7%) vive este problema há mais de cinco anos, mas há menos de dez.

“Este inquérito vem confirmar o que há muitos anos os diretores têm vindo a queixar-se, que é a escassez de funcionários. As escolas estão à míngua”, sublinhou Filinto Lima, presidente da ANDAEP, acrescentando que atualmente “esta é a principal queixa” de quem tem de gerir diariamente uma escola.

Filinto Lima lembra que, muitas vezes, a ligação dos encarregados de educação com a escola é feita através dos assistentes operacionais, “em especial no caso das crianças do primeiro ciclo, em que os pais contactam diariamente com eles”.

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Os assistentes operacionais estão na portaria, nos recreios, nas cantinas e bares, na biblioteca, nos ginásios.

Muitos trabalham nas escolas há mais de 20 anos e recebem o salário mínimo: 41,5% ganham 580 euros, 57,4% levam para casa entre 581 e 650 euros e apenas 1,1% tem um vencimento superior a 650 euros, segundo o inquérito.

“São uma peça essencial nas escolas e ganham uma miséria. Eles fazem tudo para que a escola funcione bem, mas é gente já com alguma idade”, lamenta Filinto Lima.

Quase metade (45,5%) tem entre os 50 e os 60 anos e os casos de auxiliares com menos de 30 anos reduzem-se a menos de 1% do total.

As baixas médicas são a causa mais apontada para a falta de assistentes operacionais, uma situação que é agravada pela dificuldade em conseguir substituir os funcionários em falta, segundo a maioria dos diretores.

Outro dos problemas revelados pelo estudo hoje divulgado prende-se com a falta de formação: No último ano, 46,6% não teve qualquer formação.

Os trabalhadores não docentes da rede pública têm uma greve marcada para sexta-feira.

Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, a greve visa “a integração de todos os trabalhadores precários, a alteração da nova portaria de rácios, a dotação dos mapas de pessoal com número de trabalhadores efetivamente necessário que garanta a criação da carreira especial e o fim da municipalização”.

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