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Novo Conselho Fiscal da AAC não viu atos ilícitos nas contas da Queima das Fitas entre 2010 e 2015

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 27-04-2018

O actual Conselho Fiscal da Associação Académica foi confrontado por um conjunto de antigos decisores da Queima das Fitas e da Associação Académica de Coimbra que não gostaram de ler o que está lavrado num parecer emitido pelo anterior Conselho Fiscal.

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Em causa está uma deliberação do anterior Conselho Fiscal, liderado por Eric Jorge, onde se podia ler que os “saldos apresentados e distribuídos pela Queima das Fitas, desde o ano de 2009, não correspondem à realidade dos comprovativos bancários existentes, quer relativos ao ano civil quer relativos às várias edições da Queima das Fitas”.

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A “defesa da honra” foi pedida pelos dirigentes da AAC e da Queima das Fitas João Alexandre, André Gomes, Miguel Portugal, João Peixoto, Paulo Martins, Eduardo Melo, Luís Lobo, Sérgio Pereira, Sebastião Braga e Pedro Pintor.

Eric Jorge/Facebook

 

Jorge Graça, o novo líder do Conselho Fiscal, emitiu um “esclarecimento onde se pode ler que à data de escrita (24 de abril) não é do conhecimento do Conselho Fiscal a existência de qualquer tipo de ato ilícito” nas edições da Queima das Fitas entre 2010 e 2015.

Salienta “que tendo em conta a informação que actualmente dispõe em relação às contas do período 2010-2015 não pretende em momento algum dar a entender ou passar a ideia que considera os dirigentes envolvidos na realização das mesmas como suspeitos ou envolvidos em qualquer tipo de ato ilícito ou de qualquer outra natureza que tivesse como único propósito o dano ao bem estar financeiro ou outro da Associação Académica de Coimbra uma vez que, atendendo aos dados disponíveis, nada o dá a entender”.

Acrescenta o actual Conselho Fiscal “que tal dedução seria uma grosseira falta de ética e respeito pela postura que a AAC sempre se pautou por manter para com os seus antigos dirigentes que ao longo de gerações com tanto brio a serviram como igualmente seria uma grave e infundada acusação”.

Jorge Graça/Facebook

Veja o esclarecimento de 24 de abril:

Recordamos que o órgão fiscalizador da academia tinha concluído que “devido à discrepância entro os valores apresentados pela CCFQ 17 no Relatório de Contas e os valores registados pela CTP/AAC, e à falta do Relatório Anual”, tem de “dar o seu parecer negativo sobre o Relatório Anual e Contas da Queima das Fitas do ano de 2017”.

Acrescenta o CF que fica, assim, registada a existência de fortes e sérios indícios de violação e desrespeito pelos Estatutos regulamentos e norma internas da AAC, “para eventual ação da Comissão Disciplinar”.

O Conselho Fiscal recomenda que a Comissão Disciplinar que “faça a análise deste relatório com a análise do relatório da edição anterior” (2016).

Segundo o mesmo CF, o relatório de 2016 está a ser ojecto de “investigação” por parte da Comissão Disciplinar.

O Conselho Fiscal lamenta ainda a demora sistemática na entrega das contas, bem como a forma pouco cuidada como  as mesmas são apresentadas.

Constata-se a recorrência do atraso, em largos meses, na entrega do relatório em estudo, mostrando-se necessário realçar a necessidade do documento à prossecução das várias actividades da AAC, cujos intervenientes se têm mostrado lesados devido aos sucessivos atrasos por parte da Comissão Organizador da Queima das Fitas”, salienta o CF.

O CF acrescenta que “não pode deixar de registar sua preocupação relativamente aos sucessivos e injustificados atrasos na atribuição e distribuição de verbas provenientes da Queima das Fitas, que deveriam ser efectivadas até 31 de dezembro de cada ano”.

No parecer com data de 9 de abril também podemos ler que “tais comportamentos são repudiados e inadmissíveis aos olhos do Conselho Fiscal e dos Estatutos da AAC, especialmente sendo a Queima das Fitas uma importante fonte de recursos e verbas, reitera-se, cada vez mais necessários à sobrevivência e longevidade das várias estruturas da AAC”.

Veja o parecer de 9 de abril que está na origem da polémica:

Alexandre Amado

A direção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) defendeu no dia 5 de abril, que, no futuro, a organização da Queima das Fitas deve estar sob sua “tutela e supervisão”, mas acabou por não apresentar medidas concretas nem dar pormenores sobre as alegadas irregularidades e a edição deste ano tem sido marcada por diversas polémicas.

A implementação de um novo modelo da Queima das Fitas, que passaria por manter a suposta autonomia da Comissão Organizadora, mas que não mexe nos diversos poderes instalados,  foi anunciada pelo presidente da academia, Alexandre Amado, em conferência de imprensa marcada para abordar questões de “ordem financeira e programática que esta e anteriores eleições da Queima das Fitas têm suscitado”.

“É indispensável implementar, para o futuro, um modelo de organização que permita à direção-geral exercer efetivamente essas competências enquanto único órgão estatutariamente responsável pela administração e gestão financeira da AAC”, disse o líder da AAC que faz questão de só falar do que lhe interessa.

O Presidente da AAC também entendeu não dar explicações em relação aos contratos polémicos com a Unicer/Super Bock Group (venda de cerveja na Queima, Latada e bar AAC), a AAC/OAF ou AAC/OAF- SDUQ (aluguer do Pavilhão Jorge Anjinho) ou Liveact (produtora da Queima das Fitas).

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