Câmara vai demolir “barracada” do “senhor Mário das Canjas”!
O executivo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) aprovou, na sua reunião de hoje, a abertura do concurso público da empreitada “Requalificação do Parque Manuel Braga”, com um preço base de 3.952.548,00€ (a que acresce o IVA à taxa legal em vigor) e com um prazo de execução de 360 dias.
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Em janeiro deste ano, a CMC submeteu este projeto ao Centro 2020, tendo sido aprovada uma comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) no valor de 3.302.868,12€.
Esta é uma requalificação que visa a melhoria do estado de conservação do jardim, a qualificação e relocalização dos espaços de estar e circulação e a estabilização dos muros da orla ribeirinha, em toda a extensão do parque, e é uma ação que se enquadra no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Coimbra.
O Parque Manuel Braga é um dos espaços verdes mais emblemáticos da cidade de Coimbra. Contudo, este espaço verde da zona histórica apresenta, atualmente, alguns sinais de desgaste. A intervenção prevista engloba, entre outras operações, a requalificação paisagística do parque com a substituição e plantação de espécies vegetais, a estabilização das estruturas de contenção da margem do rio, a demolição de algumas construções existentes e a construção de um novo quiosque e de instalações sanitárias, a recuperação e requalificação de pavimentos e mobiliário urbano (tais como bancos, papeleiras, sinalética), a renovação da rede de drenagem, nova iluminação pública e cénica para reforço da segurança, a reabilitação do coreto, o restauro da estatuária e a instalação de um sistema de som e luz não invasivo, em harmonia com o espaço envolvente.
O restaurante Itália, que terá de sair do Parque Manuel Braga, por causa da requalificação deste jardim, pode, se assim o desejar, deslocalizar-se para o Parque Verde, declarou anteriormente o líder da autarquia conimbricense, que hoje voltou a criticar a forma como o restaurante se foi expandindo de forma ilegal pelo território municipal.
Em Janeiro, Manuel Machado já tinha dito que “uma das fracções, um dos estabelecimentos (do Parque Verde), se houver acordo e disponibilidade, se o actual concessionário entre aspas, do chamado restaurante Itália, estiver disponível para se mudar para uma das fracções, eu veria isso com apreço. É a minha opinião pessoal”.
No momento reiterou que “vai ser ser feita a demolição daquela barracada que lá está, daquela construção em cima do rio, que foi licenciada pela Hidráulica in ilo tempore, antes do 25 de abril, onde existia o café Jangada, do senhor Mário das Canjas, que foi por água abaixo em 1973. O que lá está é uma coisa espúria. Vai ser removido no âmbito da requalificação do Parque Manuel Braga”.
O Presidente da Câmara adiantou ainda que o Itália está notificado desde os tempos em que foi definido o corredor do Metro Mondego “para tirar de lá aquele edificado”.
Questionado por NDC no final dessa reunião em janeiro, o líder da CMC informou que ainda não conversou com o “concessionário” daquele espaço municipal.
Esta operação de requalificação do Parque Manuel Braga está articulada com outras intervenções que a CMC tem promovido, nomeadamente com a empreitada de estabilização da margem direita do rio Mondego e a intervenção de desassoreamento do rio, que contam também com financiamento comunitário
Já recentemente, a CMC avançou com outra intervenção nesta zona histórica da cidade: a ampliação dos edifícios de restauração e requalificação dos pisos envolventes no Parque Verde do Mondego, contíguo ao Parque Manuel Braga. A empreitada vai ser realizada pelo valor de 824.620,26 euros (IVA incluído).
Se tudo correr bem, os espaços de restauração do Parque Verde do Mondego vão ser requalificados e ampliados, através da construção de quatro novos módulos na cobertura, estando também prevista a instalação de esplanadas junto a esses módulos.
Esta solução irá beneficiar os futuros concessionários,que terão agora mais espaço, uma vez que passam a funcionar no rés do chão e 1º andar. Além disso, está prevista uma nova configuração de 4+1 estabelecimentos, ao invés da anterior que funcionava em 3+1 (3 bares/restaurantes mais uma gelataria).
O concurso para a concessão dos espaços já foi autorizado pela Assembleia Municipal de Coimbra. Manuel Machado tem afirmado que só pensará no procedimento concursal depois da obra feita.
Recordamos que o autarca já admitiu concessionar os quatro espaços em conjunto ou individualmente no sentido de suscitar uma maior concorrência entre os vários interessados, através de concurso público ou entrega direta.
A obra deverá ser realizada em 180 dias, sendo depois necessário encontrar alguém que queira explorar os 4 novos espaços, o que nos permite concluir que ainda não será neste verão que o leitor poderá beber uma água nas esplanadas ribeirinhas.
Recordamos que em junho de 2016, o Executivo Municipal de Coimbra procedeu à cessação do alvará do Complexo Verde do Mondego – Actividades Hoteleiras, ACE, a entidade que explorava os bares e restaurante das denominadas “Docas”, tendo os estabelecimentos encerrado definitivamente durante as cheias de janeiro desse ano.
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