Trabalhadoras da Santix com salários em atraso e sem trabalho por falta de encomendas
As trabalhadoras da empresa têxtil Santix, sediada em Coimbra, encontram-se em casa a gozar férias “impostas” por falta de encomendas e de matéria prima e com salários em atraso, denunciou hoje uma estrutura afeta ao PCP.
A Organização de Células de Empresa e Sectores Profissionais de Coimbra do PCP, em comunicado enviado à agência Lusa, revelou que a empresa deve às empregadas fabris o mês de fevereiro e cerca de metade do salário de janeiro, além de metade dos subsídios de 2014, férias [trabalhadas e não pagas] e subsídios de 2016.
“O conjunto da dívida à generalidade dos trabalhadores rondará, a cada uma, cerca de 5.000 euros”, refere a nota, salientando que “é dinheiro que os trabalhadores já deviam ter recebido”.
Segundo a estrutura do PCP, as trabalhadoras tiveram um longo período com salários em atraso em 2016, “aparentemente devido a desentendimentos entre a antiga gerente e os novos gestores, donos da INSIEME, empresa alugadora de mão de obra, com sede na casa do contabilista da empresa Santix”.
Até maio de 2016, altura em que a administração recorreu ao Fundo de Garantia Salarial da Segurança Social, “os trabalhadores recorreram a várias formas de luta pelo pagamento dos salários e subsídios em atraso e pela clarificação da sua situação na empresa”.
A empresa esteve encerrada entre maio de 2016 e maio de 2017, tendo reaberto com a antiga proprietária ao abrigo de um Processo Especial de Revitalização (PER).
“A maioria dos trabalhadores, apesar das dúvidas e incertezas, aceitou voltar à empresa, pois queriam reaver o seu posto de trabalho e a Santix comprometeu-se a pagar a sua dívida, mas não cumpriu o acordo”, refere o comunicado da Organização de Células de Empresa e Sectores Profissionais de Coimbra do PCP.
A empresa garantiu que parte da dívida “seria paga em prestações no âmbito do PER e que os pagamentos começariam em fevereiro, mas apesar da prestação ser de apenas 25 euros não foi paga”.
A organização comunista de apoio aos trabalhadores denunciou ainda um “ambiente repressivo e de medo” na Santix, com atitudes de desrespeito e pressão da proprietária que exige o cumprimento de horas extraordinárias sem serem pagas e chega ao ponto, e de forma intempestiva, de interromper o almoço dos trabalhadores para os descompor, em termos ofensivos da sua dignidade”.
Apesar das tentativas, não foi possível à agência Lusa obter uma reação dos responsáveis da empresa.
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