Exposições
Museu Machado de Castro assinala 100 anos a contar a sua história
O Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC), em Coimbra, comemora na sexta-feira o centenário da sua abertura ao público, com diversas iniciativas, entre as quais uma exposição sobre a sua história.
A mostra pretende revelar “os momentos mais significativos destes cem anos, quem foram os grandes mentores e obreiros de toda esta construção”, o “trabalho feito” e a evolução da museologia neste período, disse à agência Lusa Ana Alcoforado, diretora da instituição.
Registaram-se “grandes alterações não só do ponto de vista do espaço, mas sobretudo do ponto de vista da arte de expor e de comunicar”, sublinhou a responsável, referindo que essas transformações são também referência dos outros eventos que assinalam a efeméride.
“Hoje visitamos o Museu e temos um museu completamente novo, quase irreconhecível”.
Pretende-se mostrar, “com a maior transparência”, como era o MNMC há cem anos e as razões das suas transformações, mas evidenciando que “os conceitos, aquilo que é identitário do Museu, aquilo que é mais forte, na verdade, se mantém”.
Recorrendo a imagens do espólio da própria instituição e patente no percurso de exposição permanente do Museu, a mostra assinala “a evolução do edifício, do monumento” em que está instalado, como eram há cem anos e estão hoje determinados espaços, o quê e como se mostrava e mostra.
O centenário deste percurso será também assinalado com a exposição de uma coleção de cerca de 180 pratos ratinhos (legada, este ano, ao Museu) e um projeto de formação artística e profissional, desenvolvido no âmbito de uma parceria com o Centro de Formação Profissional de Artesanato (Cearte).
Este projeto educativo “parece quase um espelho das intervenções de António Augusto Gonçalves, quando criou o Museu”, referiu Ana Alcoforado, salientando que o fundador do MNMC “pensou num museu para todos, do ponto de vista educativo, não apenas para crianças, mas também preocupado com a formação de adultos”.
António Augusto Gonçalves “procurou que o Museu fosse transformador, que mudasse alguma coisa nas pessoas” e que elas participassem nele, “apelando, no fundo, à função inicial do próprio espaço” em que está instalado e que integra – o criptopórtico, galeria de dois pisos que sustentava o fórum da Coimbra romana (Aeminium).
Em maio de 2011, quando completou um século sobre a sua criação, o MNMC estava parcialmente aberto ao público, devido às obras de requalificação e ampliação, que, envolvendo um investimento da ordem dos 15 milhões de euros, decorreram entre 2007 e 2012.
Na sexta-feira e no sábado o acesso ao Museu será gratuito e ocorrerão diversas iniciativas especialmente dedicadas a estudantes durante a manhã e tarde de sexta-feira, dia em que se manterá em funcionamento até às 23:00.
As comemorações do centenário do MNMC encerram em 11 de dezembro (data do primeiro aniversário da sua reabertura total ao público, após seis anos de trabalhos de requalificação) com o lançamento do livro “100 anos, 100 obras”.
Aquela publicação constitui um meio de divulgação do “espólio de excelência” do Museu e do qual fazem parte 120 peças classificadas com interesse nacional (“tesouro nacional”), essencialmente integradas nas suas duas mais importantes coleções (escultura em pedra e ourivesaria), afirmou Ana Alcoforado.
O MNMC é extraordinariamente rico e diferente não só pelo seu edifício, mas também pelo seu “espólio de referência nacional e, nalguns casos, internacional”, sustentou a diretora.
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