CHUC
Cardiologia reforça investigação como “aposta estratégica” do hospital de Coimbra
A Unidade de Investigação em Cardiologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) envolveu mil doentes desde a sua criação, em 2007, reforçando a aposta numa “área estratégica” do hospital.
O presidente do conselho de administração do CHUC, José Martins Nunes, disse hoje à agência Lusa que “o reforço da investigação e dos ensaios clínicos” traduz “uma proposta de liderança” da instituição neste domínio a nível nacional.
“Assinalar os mil ensaios clínicos é obra”, referiu José Martins Nunes, salientando que os projetos de investigação desenvolvidos na unidade, dirigida por Pedro Monteiro, permitem “mais eficiência e maior sustentabilidade do hospital” em termos financeiros.
Por outro lado, realçou, os ensaios clínicos traduzem-se “em ganhos para os doentes e em inovação”, proporcionado ainda “o acesso a novas tecnologias e a novos produtos a mais doentes”.
A internacionalização dos serviços prestados nos diferentes hospitais que integram o CHUC é outra das vantagens da participação em ensaios financiados ao abrigo de protocolos celebrados com diversas multinacionais da indústria farmacêutica.
“A internacionalização tem a ver com o conhecimento e com a nossa capacidade de liderar alguns projetos”, declarou José Martins Nunes, ao realçar que labora em Coimbra, associada à prestação de cuidados de saúde, “uma área tecnológica e farmacêutica importantíssima”.
Atualmente, a investigação e desenvolvimento do CHUC, em Cardiologia e noutras áreas, assegura “uma boa percentagem do financiamento do hospital”, segundo o presidente do conselho de administração.
“Estamos na vanguarda do desenvolvimento de novos medicamentos”, afirmou o docente universitário Pedro Monteiro.
Este responsável disse que a Unidade de Investigação do Serviço de Cardiologia A do CHUC integra “um grande estudo para ajudar ao desenvolvimento de um novo medicamento para baixar o colesterol”, em que participam mais de 1.200 hospitais de vários países.
“Somos hoje o maior centro mundial num ensaio clínico que visa o desenvolvimento de medicamentos para baixar o colesterol, como fomos já no passado em áreas como a fibrilhação auricular e o enfarte agudo do miocárdio”, sublinhou.
A Unidade de Investigação em Cardiologia realiza 70% dos ensaios clínicos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), que integram atualmente o CHUC, tal como os hospitais psiquiátricos da região e as várias unidades que faziam parte do Centro Hospitalar de Coimbra, como o Hospital dos Covões e o Hospital Pediátrico.
“O processo de fusão das várias instituições de Coimbra e a criação do CHUC criaram novas oportunidades à investigação, que podem incrementar a muito curto prazo esta área tão importante para Coimbra e para o país”, segundo um documento subscrito por Pedro Monteiro e Guilherme Mariano Pego, diretor do Serviço de Cardiologia A dos HUC.
Mariano Pego realçou à Lusa “a importância de poder tratar doentes precocemente e o retorno financeiro que o hospital pode ter” na realização de ensaios clínicos.
“Estes estudos são pagos pelas companhias e constituem uma mais-valia para o hospital”, que poupa também nas despesas com medicamentos, adiantou.
Numa sessão para assinalar o milésimo doente envolvido em ensaios clínicos na Cardiologia A do CHUC, estiveram o paciente mais antigo, José Fernandes, da Lousã, e um dos mais recentes, Arnaldo Carvalho, de Condeixa-a-Nova.
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