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Alunos com necessidades educativas “afetados” por falta de professores em Coimbra

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 08-10-2013

A diretora do Agrupamento de Escolas Coimbra Centro, Amélia Loureiro, disse hoje que os alunos com necessidades educativas especiais estão a ser afetados pela falta de professores no agrupamento.

O agrupamento é referência na zona Centro para as necessidades educativas especiais (NEE) e conta com menos oito professores do grupo de educação especial que no ano letivo passado, apesar de ter mais alunos que necessitam de tal acompanhamento.

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Esta situação leva a um “atraso na aprendizagem”, em especial para os alunos surdos e com multideficiência, nos quais a falta de recursos humanos é mais sentida, afirmou Amélia Loureiro à agência Lusa.

Também houve um corte nos terapeutas da fala, passando de três para um, em todo o agrupamento.

O agrupamento necessitaria de “mais onze professores” na área da educação especial, disse a diretora do agrupamento, constatando que, apesar dos docentes “darem o seu melhor” e os recursos estarem a ser “rentabilizados”, não é possível “fazer um trabalho de maior proximidade com os alunos”, apenas é feito “trabalho de retaguarda”.

“No caso dos meninos surdos é manifestamente insuficiente” o número de professores, considerou Amélia Loureiro.

Esses mesmos alunos estão a “andar a outro ritmo e não conseguem acompanhar os restantes colegas”.

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Goreti Ribeiro Lopes, representante dos pais da turma do 1.º ano da Escola de 1.º Ciclo de São Bartolomeu, que faz parte do agrupamento, disse à agência Lusa que, de momento, não há qualquer professor de educação especial para a escola do seu filho, assim como há “apenas uma terapeuta da fala para o agrupamento todo, o que é muito pouco”.

“Os alunos com necessidades especiais estão completamente atrasados em relação à turma”, frisou Goreti Ribeiro Lopes, considerando que os alunos com NEE “acabam por ser discriminados” e que “a qualidade de educação não é assegurada”, nem para os alunos com deficiência nem para os restantes, por “a aula não seguir o seu rumo normal”.

A encarregada de educação referiu ainda que os pais da escola estão a recolher assinaturas para exigir à Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares “pelo menos um professor de educação especial e um terapeuta da fala a tempo inteiro”.

Amélia Loureiro, em declarações à agência Lusa, informou que o agrupamento já pediu mais professores. Contudo, aguardam uma resposta por parte do Ministério da Educação e Ciência.

No dia 03 de outubro, a Federação Nacional de Professores (Fenprof), Associação Portuguesa de Deficientes (APD) e Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) fizeram uma conferência de imprensa conjunta a denunciar “o desrespeito” pelos alunos com necessidades educativas especiais, apontando para a falta de professores nos grupos da multideficiência, deficiência auditiva e visual.

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