Especialistas realçam vantagens educativas de brincar na Mata do Choupal
As vantagens de brincar em contacto com a natureza foram hoje realçadas, em Coimbra, na comemoração dos dois anos do programa educativo na Casa da Mata, destinado a crianças com menos de 10 anos.
A antiga casa do guarda da Mata Nacional do Choupal, junto ao rio Mondego, foi adaptada para acolher a iniciativa Limites Invisíveis, um projeto de educação alternativa que “tem benefícios a médio e longo prazo”, mas que também proporciona aos meninos e meninas “ganhos experienciais imediatos”, disse Aida Figueiredo, docente do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro (UA), que intervinha numa celebração do segundo aniversário do projeto, realizada no auditório da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC).
A oportunidade de brincar ao ar livre e de explorar a natureza “sensibiliza e motiva as crianças”, mas também as famílias, para uma aprendizagem diferente da que acontece em espaços fechados.
Brincar e aprender são atividades complementares, ambas “integradas numa pedagogia investigativa”, afirmou Aida Figueiredo.
Esta opção pedagógica, que ao longo de dois anos envolveu crianças de jardins-de-infância e outros estabelecimentos da cidade, com cada grupo a frequentar a antiga casa do guarda e espaços em redor, na Mata do Choupal, durante oito semanas, ajuda “os adultos a confiar” nas crianças e “apela à autonomia” destas, salientou.
Por outro lado, segundo Aida Figueiredo, “o brincar livre” concede-lhes “tempo para serem crianças” em comunhão com a natureza, que “também precisa de tempo”.
Inspirado em projetos escandinavos, como o Forest Kindergarten ou o Nature Kindergarten, o Limites Invisíveis promove igualmente a participação das crianças nas decisões que lhe dizem respeito, acentuou.
“No coração da história das pessoas significativas para este projeto, estão obviamente também as educadoras, que no dia-a-dia, faça chuva ou faça sol, o fazem acontecer”, frisou, por sua vez, Ana Coelho, professora da ESEC que integra a coordenação do projeto.
Apoiada pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a iniciativa é promovida por um consórcio constituído pela UA, através do Departamento de Educação e Psicologia, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra e Centro de Apoio Social dos Pais e Amigos da Escola (CASPAE).
Intervieram também na sessão a presidente do CASPAE, Emília Bigotte, Vera do Vale e Marlene Miguéis, da coordenação do projeto, entre outros responsáveis das instituições envolvidas, bem como a dinamarquesa Vibeke Gjessing, especialista na formação de profissionais de educação nesta área.
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