Utentes dos serviços públicos contra fecho dos CTT da Praça da República
Cidadãos concentraram-se hoje em Coimbra, junto da estação dos correios na Praça da República, no centro da cidade, para exigirem a reversão da decisão de encerrar a loja, anunciada pelos CTT.
“Exigimos que a decisão seja revertida até porque o anúncio da administração” da empresa de que “o encerramento será compensado com a abertura de postos [de correios] em locais próximos não resolve o problema dos utentes”, disse Fátima Pinhão, do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), promotor da concentração.
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Os postos que os CTT/Correios de Portugal vão abrir em estabelecimentos comerciais ou em instalações de juntas de freguesia, para substituir os encerramentos, “não são a mesma coisa que uma estação ou mesmo um posto de correios” da empresa e com funcionários seus, desde logo porque não dispõe das mesmas condições, não presta todos os serviços oferecidos por uma estação, nem garante a confidencialidade, exemplifica a dirigente do Movimento.
Com o fecho da estação de correios da Praça da República, a Alta de Coimbra fica sem uma única estação dos CTT e põe em causa comerciantes, serviços e “uma camada da população que está envelhecida, mas que tem todo o direito a ser tratada de uma forma digna e respeitosa”, salienta Fátima Pinhão.
“Nos últimos anos, foram encerradas no concelho de Coimbra nove estações e postos dos correios” (aos quais se junta agora a loja da Praça da República), “devido a uma política privatizadora”, que “tanto tem afetado o acesso das populações aos serviços públicos” e penaliza também o serviço postal, que regista “atrasos, distribuição não diária de correio e aumento de preços”, entre outras consequências, afirma o MUSP.
Além de exigir a reversão dos encerramentos de estações e postos de correios, o MUSP também quer a reversão da privatização da empresa – e “não deixará de lutar” por isso, assegura –, pois só assim será possível garantir um serviço postal universal.
Ainda na tarde de hoje, cerca de uma hora e meia antes da concentração do MUSP, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT) também promoveu, no mesmo local, uma concentração contra o fecho daquela estação de correios, que de acordo com a comunicação da administração da empresa feita aos funcionários ocorrerá até final de março, disse à agência Lusa o dirigente sindical Rui Simões.
Os sindicalistas juntaram-se, depois, à manifestação do MUSP (na qual esteve presente o vereador da Câmara de Coimbra Francisco Queirós, eleito pela CDU), que reuniu “pouca gente”, sobretudo por causa da chuva, mas também porque as pessoas mais afetadas com o fecho daquela estação dos CTT são idosas, com dificuldade de mobilidade e mesmo sem capacidade económica para se deslocarem de transportes públicos, explicaram os promotores da manifestação.
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