Suspeito de roubar bens no Museu da Presidência transferido para Coimbra
Suspeito de desvio de bens no Museu da Presidência foi transferido para a Direcção Regional de Cultura do Centro.
Diogo Gaspar, ex-direretor do Museu da Presidência da República, é acusado do desvio de bens no espaço instalado no Palácio de Belém. Vem trabalhar em Coimbra “em três projectos ligados ao património, por um ano e a seu pedido”, revela o jornal Público, depois do Expresso ter escrito sobre o tema..
Segundo o jornal da Sonae, Diogo Gaspar, arguido num processo em que é acusado de furto de bens do Museu da Presidência da República, e que por essa razão viu suspensas as suas funções enquanto director da instituição, vem trabalhar durante um ano na Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC), em Coimbra.
“O destacamento, noticiado no sábado pelo semanário Expresso (após uma primeira versão em que se dizia que teria sido requisitado pela Direcção-Geral do Património Cultural), foi confirmado ao PÚBLICO esta segunda-feira pela directora-regional de Cultura, Celeste Amaro, que enfatizou que Diogo Gaspar “continua a pertencer aos quadros do Museu da Presidência”.
“Ele não passou a ser nosso funcionário, não é pago por nós”, esclarece Amaro, mostrando-se satisfeita por poder contar com a nova aquisição. “Recebemos o dr. Diogo Gaspar com muito agrado. Não se tratou de nenhuma imposição, e ele veio trabalhar em três projectos que já estavam em curso”, acrescenta.
“Conheço bem o valor do seu trabalho, o que fez no Museu da Presidência da República, mas também o conhecimento técnico que tem na área do património e em particular das rotas do Sagrado e das Catedrais.” Amaro desvaloriza, de resto, o facto de Gaspar ser suspeito de desvio de bens.
“O facto de ele ser arguido não me interessa nada – actualmente, metade dos portugueses são arguidos”, comentou, enfatizando que está “muito satisfeita por alguém querer ir trabalhar para o interior”, concluiu Celeste Amaro.
Diogo Gaspar vai trabalhar nas “Rotas do Sagrado e das Catedrais e na elevação da Sé de Castelo Branco,
Paulo Magalhães, assessor de Marcelo Rebelo de Sousa confirmou aceitação do pedido de transferência de Diogo Gaspar para Coimbra ao “abrigo do regime de mobilidade da administração pública”.
“O diretor do Museu da Presidência da República é suspeito de crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder”.
Durante as buscas à sua casa e à sede de uma empresa a que está ligado, no ãmbito da Operação Cavaleiro, a PJ apreendeu-lhe várias obras de arte que deviam estar no museu e que são do Estado, avançou o Observador, que apurou que Diogo Gaspar estava ligado a uma empresa — em nome de outra pessoa — e era através dela que negociava peças de arte. “Fazia negócios com ele próprio”, simplifica fonte da PJ.
Segundo o comunicado da PJ, foram feitas dez buscas a casas, escritórios e empresas em Lisboa e em Portalegre. Além de documentos que podem servir de prova no processo, foram apreendidos “diversos bens culturais e artísticos que, presumivelmente, terão sido descaminhados de instituições públicas”.
Diz o Expresso que “Diogo Gaspar foi suspenso por um ano das suas funções em Belém. Mas a 7 de julho de 2017, sem ter sido acusado e tendo caducado as medidas de coação que lhe tinham sido aplicadas, tinha regressado à Presidência”.
Segundo o semanário Sol, “no seu núcleo mais próximo, Diogo Gaspar é considerado uma pessoa com muitos amigos, que gosta de incentivar os mais novos, mas também é visto como alguém teimoso, que tem uma grande ambição profissional”.
Diogo foi nomeado diretor do Museu pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio. Foi condecorado por aquele e também por Cavaco Silva, lembrou a Visão.
Related Images:
PUBLICIDADE