Cidade
O 5 de Outubro vai voltar a ser nosso…feriado
O Movimento Republicano 5 de Outubro (MR5O) vai celebrar em Coimbra, no sábado, a implantação da República em Portugal, com um encontro de ativistas que exigem a reposição do feriado extinto pelo atual Governo.
“Não somos um partido, nem temos quaisquer benesses a distribuir. A única coisa que temos é o sentimento de amor pela República”, disse hoje à agência Lusa o historiador Amadeu Carvalho Homem, um dos fundadores do MR5O.
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É a primeira vez que esta organização celebra a data após extinção do feriado comemorativo da revolução republicana, que proclamou o derrube da monarquia em 05 de outubro de 1910, cabendo a iniciativa ao seu Núcleo de Coimbra, constituído por Carvalho Homem, Anabela Monteiro, Carlos Esperança, Fernando Fava e José Dias.
“O nosso objetivo é preservar todo o legado valorativo republicano” e continuar “a luta pela reposição deste feriado, quando o governo for outro”, declarou o professor aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).
No sábado, a partir das 12:30, cerca de 50 pessoas vão reunir-se no restaurante Cantinho dos Reis, na Baixa de Coimbra, para confraternizar e debater as questões fundamentais que atualmente preocupam os republicanos.
“Além do amor pelo legado da República, partilhamos também um sentimento de protesto, que não é de ódio”, pela restauração do feriado do 5 de Outubro, referiu.
Carvalho Homem criticou o executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas – “um governo que existe em função de antecedentes republicanos” – por ter decidido “quase autoflagelar-se, suprimindo um feriado que dá corpo à sua existência” e ao próprio regime.
O MR5O foi criado, em Coimbra, em junho de 2012, a fim de intervir publicamente para que o feriado da implantação da República Portuguesa seja assinalado “nesta data e não noutra qualquer”, rejeitando a sua abolição.
Além de encontros em localidades diversas, o movimento tem vindo a promover o debate do republicanismo e dos valores republicanos na sua página do Facebook, no âmbito de um grupo fechado com 1.870 membros.
Na génese do movimento, esteve também o militar de Abril Augusto Monteiro Valente, major-general do Exército, que morreu três meses depois.
Através de um “programa mínimo” então divulgado, o MR5O anunciou o propósito de festejar os três momentos “da tradição democrática portuguesa” – 31 de Janeiro, 25 de Abril e 5 de Outubro –, que são igualmente “as grandes datas do sentimento republicano”, salientou Carvalho Homem.
Por decisão do Governo, estão extintos e deixarão de ser assinalados nas datas, pelo menos durante cinco anos, os feriados civis do 5 de Outubro e do 1.º de Dezembro, além dos feriados religiosos Dia do Corpo de Deus (móvel) e Dia de Todos os Santos (01 de novembro).
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