Investimento em imobiliário comercial cresceu 50% em 2017
O investimento em imobiliário comercial em Portugal cresceu 50% em 2017, na comparação com o ano anterior, para 1.900 milhões de euros, informou hoje a consultora JLL, com base em dados preliminares apurados por si.
Os mercados de retalho representaram 37% do investimento, enquanto os escritórios tiveram um peso 33% e o industrial/logístico 17%, com este último a beneficiar do “maior negócio do ano: a compra do portfólio Logicor por um valor situado entre os 250 a 270 milhões de euros”.
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No retalho, estiveram em destaque a compra dos Forum Coimbra e Forum Viseu (200 – 230 milhões de euros) e do Vila do Conde Outlet (130-140 milhões de euros). Abriram 84 novas lojas de rua em Lisboa e dois novos centros comerciais (Évora Shopping e MAR Shopping Algarve).
Na zona ‘prime’ de Lisboa (Chiado), a renda cresceu 8% para os 130 euros/m2/mês; na Baixa, aumentou 17% para 105 euros/m2/mês; e na Avenida da Liberdade, o valor ajustou em baixa cerca de 5% para os 85 euros/m2/mês, já no Porto, a rua de Santa Catarina estabilizou nos 60 euros/m2/mês.
Nos escritórios, os maiores negócios do ano incluíram a venda do portfolio Silcoge (140-150 milhões de euros) e do edifício Entreposto (65 milhões de euros).
A absorção anual deverá atingir um volume de 165.000 a 170.000 m2, ou seja, entre 15% a 20% mais do que os 141.000 m2 tomados em 2016 e atingindo ao ponto mais elevado dos últimos nove anos. A consultora referiu ainda as 40 operações com áreas superiores 1.000 m2.
“As rendas, que nos últimos anos se tinham mantido inalteradas, cresceram em torno dos 5%, com o valor ‘prime’ a ficar agora nos 20 euros/m2/mês. Para os próximos dois anos estão previstos 105 mil m2 de novos escritórios em Lisboa, num mercado, onde tende a crescer a procura por grandes áreas e por espaços de ‘coworking’ [modelo de trabalho que se baseia na partilha de espaço]”, lê-se ainda no comunicado.
Com média de crescimento em torno dos 20% em número de alojamentos vendidos e um aumento médio de preços na ordem dos 11%, o mercado residencial no seu segmento ‘premium’ “mantém-se como um dos mais dinâmicos e apresenta, em média, valorizações dos preços de 10% a 20% nas principais zonas de Lisboa, com algumas zonas a apresentarem subidas superiores 30%”.
O valor médio de venda ronda os 630.000 no segmento mais caro para este tipo de produto em Lisboa e a amostra de transações da JLL indica também que “portugueses e estrangeiros protagonizam as vendas em partes iguais (50% cada), embora seja óbvia a diversificação da origem dos compradores, com cerca de 50 nacionalidades a adquirirem casas em Lisboa ao longo de 2017”.
Na hotelaria, abriram, só em Lisboa, 11 novas unidades e o volume de investimento em ativos no país ultrapassou os 100 milhões.
“O investimento em novos hotéis mantém-se muito ativo, com previsão de abertura em 2018 de 18 novas unidades em Lisboa (1.700 quartos) e 19 no Porto (1.300 quartos)”, segundo a consultora.
Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal, notou como 2017 foi um “ano espetacular”, no âmbito de um percurso de expansão.
“No investimento e na atividade de ocupação e venda de escritórios, habitação e hotelaria, atingiram-se volumes de negócios e crescimento de valores que superam máximos atingidos no mercado. É um crescimento sustentado e sustentável, porque as fontes de procura são hoje muito mais diversificadas e o posicionamento de Portugal na captação de capital internacional não é conjuntural”, acrescentou o dirigente, citado em comunicado.
Quando assinala 20 anos em Portugal, a JLL anunciou ter tido o “seu melhor ano de sempre no país, com um volume de negócios 60% acima do ano anterior”.
Assim, este “ano excecional” “espelha também o contexto económico favorável e que surpreendeu pela positiva”. “A conjugação destes fatores impulsionou o crescimento económico, a confiança internacional, o financiamento e o investimento”, comentou ainda.
Para o ano que começou, Pedro Lancastre perspetiva que, “no mínimo, se manterá em linha com 2017”, visto continuar o “muito forte” interesse internacional, ao “mesmo tempo que os portugueses também estão mais ativos”.
A procura terá uma maior abrangência geográfica, alargando-se além de Lisboa, Porto e Algarve e uma “maior libertação de financiamento também ajudará ao robustecimento do mercado quer de investimento quer de ocupação”.
“O grande desafio será dar gás à promoção de nova habitação e escritórios, já que o stock disponível de qualidade e ajustado às várias franjas da procura começa a escassear, limitando o crescimento do mercado”, disse.
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