Coimbra
FNE afirma que abertura do ano letivo revela incompetência do Ministério
O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, afirmou esta segunda-feira, em Coimbra, que a abertura deste ano letivo revela incompetência do Ministério na gestão dos recursos humanos e da informação.
Embora não afaste a possibilidade de se tratar de uma atitude deliberado por parte do Ministério da Educação e Ciência (MEC), para “fragilizar a imagem da escola pública”, o secretário-geral da FNE considerou que se está essencialmente perante incapacidade da tutela.
“Trata-se de incompetência na gestão dos recursos humanos, trata-se de incompetência na gestão dos tempos de lançamento de ideias e trata-se de incompetência na gestão da informação”, sustentou João Dias da Silva, que falava aos jornalistas ao final da tarde de hoje, depois de se ter reunido com dirigentes da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE).
O dirigente sindical admitiu que “é verdade que os anos letivos se iniciam com problemas”, mas que este ano estes agravaram-se de “uma forma muito preocupante” e “com acréscimo de problemas que não existiram em anos anteriores”.
“A instabilidade e a inconsequência da informação veiculada para as escolas”, pelo Ministério, “foram uma marca muito significativa” e “dificultaram muito a preparação do ano letivo”, sublinhou João Dias da Silva.
Segundo o sindicalista, o MEC variou essa informação “de semana para semana”, autorizando e não autorizando cursos e turmas, e adotou medidas “inconsequentes”, das quais o ensino de inglês no primeiro ciclo é um exemplo, alertando para que “toda esta situação traz instabilidade” às famílias, aos alunos, aos professores e às escolas.
“Não digo que estamos perante uma atitude deliberada”, mas “estamos a ver que há um conjunto de sinais convergentes que fragilizam a escola pública” e que “são preocupantes” porque vão no sentido inverso àquele que desejávamos que fosse a atitude do Governo e, particularmente, do ministro da Educação”, realçou.
Na reunião entre dirigentes da FNE e da CNIPE foram analisadas questões relacionadas com “as condições de abertura do novo ano”, o “novo estatuto do ensino particular e cooperativo” e o “anunciado estabelecimento da liberdade de escolha da escola pelas famílias”.
Há uma “grande convergência de ideias entre a FNE e a CNIPE”, que partilham as mesmas preocupações em relação a “este período grave que a escola pública está a atravessar”, disse Maria José Viseu, presidente da CNIPE.
“As preocupações que trouxemos à FNE” resultam de um inquérito nacional, desenvolvido junto das escolas, referiu a presidente da CNIPE, admitindo que esta instituição venha a “tomar posições em conjunto” com “todos os que pensam a educação” em Portugal e estão “preocupados com o futuro da escola pública”.
A CNIPR vai encontrar-se com outras instituições, designadamente a com a FENPROF (Federação Nacional dos Professores), na próxima semana, adiantou Maria José Viseu.
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