Movimento de cidadãos organiza marcha solidária em Seia
O Movimento de Cidadãos Por Uma Estrela Viva anunciou hoje que vai realizar no sábado, na cidade de Seia, uma concentração e uma marcha solidária para “sarar feridas” e homenagear as vítimas da tragédia.
Segundo os promotores, a concentração está agendada para as 18:00, para o largo do Município de Seia, seguindo-se uma marcha solidária até ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Seia, no distrito da Guarda.
Depois do que aconteceu com os incêndios, que originaram consequências que vão ficar “na memória para sempre”, os organizadores referem que é tempo de, num esforço coletivo, “reerguer” a montanha e construir o futuro.
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Com a jornada solidária pretendem “sarar feridas, refletir e lançar as sementes para o futuro”.
Os participantes também irão agradecer aos “soldados da paz” o seu empenho, esforço e dedicação no combate às chamas e na defesa das populações e homenagear as vítimas da tragédia e “reivindicar a implementação urgente de um plano de apoio à recuperação às zonas afetadas”.
Será também exigido que “se repense urgentemente” o território, o seu ordenamento, o modelo de desenvolvimento das regiões de baixa densidade populacional e o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, “de uma forma estrutural, integrada e a longo prazo”.
A iniciativa servirá ainda para lançar as bases para uma campanha de reflorestação “inteligente” das áreas ardidas, em parceria com as entidades locais.
O Movimento de Cidadãos Por Uma Estrela Viva explica, em nota hoje enviada à agência Lusa, que se trata de uma iniciativa “apartidária”, que surge no seio da sociedade civil, “alinhada com ações semelhantes que decorrerão um pouco por toda a região, coordenadas pelo Movimento Fénix: Renascer das Cinzas”.
No documento é ainda referido que todos os anos a Serra da Estrela “é dizimada pelos incêndios”.
“É algo para o qual nos fomos ‘habituando’ (e mal!) estes últimos anos. Mas, desta vez, a catástrofe foi ainda mais longe, arrasando concelhos inteiros como Seia, Gouveia e Oliveira do Hospital. A força diabólica das chamas, num outono anormalmente quente e seco, dizimou pessoas, casas, empresas, animais e florestas, deixando para trás um cenário dantesco, triste, desolador…”, é sublinhado.
O Movimento de Cidadãos considera que a serra é “fonte de sustento, de economia local em setores como a agricultura, a pecuária e o turismo”.
“A [Serra da] Estrela é água, é biodiversidade, é património natural e cultural. É fonte de lazer, de passeios de domingo, de caminhadas ou de piqueniques em família à sombra dos castanheiros, de desportos radicais, de tardes passadas nas lagoas. É identidade, é vida, é o nosso bem mais precioso. É, por isso, essencial que seja protegida e acarinhada, uma tarefa que nos toca a todos”, lê-se na nota.
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