Incêndios: 500 fogos, 31 mortos, estado de calamidade e ninguém se demite
Os mais de 500 incêndios que deflagraram no domingo, no centro e norte do país, fizeram pelo menos 31 mortos, e dezenas de feridos, o que levou o Governo a decretar o estado de calamidade.
Depois de serem noticiados, ao longo do dia de domingo, dezenas de fogos, feridos e mais tarde, vários mortos, o primeiro-ministro, António Costa, foi, durante a madrugada, à sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), acompanhado pela ministra da Administração Interna.
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Constança Urbano de Sousa recebeu o apoio político de Costa e hoje de manhã, quando a contagem do número de mortos ia em 27, a ministra afirmou que não se demitia.
“Para mim seria mais fácil, pessoalmente, ir-me embora e ter as férias que não tive, mas agora não é altura de demissões”, afirmou a ministra aos jornalistas, num “briefing”, na sede da ANPC em Carnaxide, Oeiras.
António Costa anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
E disse que, a par das mudanças a introduzir na estrutura das florestas, o Governo vai também avançar já com reformas de fundo nos sistemas de prevenção e de combate aos incêndios florestais.
A luz do dia revelou imagens, da região centro e no norte, nas televisões e nas fotografias dos jornalistas, de destruição e aflição de populações.
Desde domingo, as chamas foram combatidas por mais de 6.000 bombeiros, mas também foi necessário retirar populações de várias localidades, nos distritos em Viseu, Coimbra, Santarém e Guarda.
Hoje, pelas 09:30, eram 13 as estradas cortadas na região centro do país, incluindo a A13, e várias Estradas Nacionais nos distritos de Leiria, Santarém, Guarda e Leiria.
Em Lisboa, os políticos, a começar pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, cancelaram a sua agenda oficial pelo menos para hoje e os partidos ajustaram as suas iniciativas.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.
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