Fogo devorou antiga fábrica de papel em Serpins

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 15-10-2017

A antiga Fábrica de Papel do Boque, em Serpins, classificada como imóvel de interesse municipal, foi destruída hoje pelo incêndio que lavra na zona, admitiu hoje à Lusa um vereador da Câmara da Lousã.

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“Tenho ideia que ardeu”, disse Ricardo Fernandes, que detém os pelouros dos Bombeiros, Proteção Civil, Segurança, Floresta e Desenvolvimento Rural, cuja informação foi confirmada à agência Lusa por testemunhas no local.

José Luís Santos, professor de História, afirmou que o fogo “destruiu por completo as instalações” fabris, que estão desativadas há cerca de 30 anos e foram classificadas, em 1992, como imóvel de valor concelhio, depois convertido em interesse municipal, através de um novo diploma, publicado em 2001.

Segundo José Luís Santos, que é também fotógrafo e estudioso de assuntos locais, verificava-se às 15:15 “uma situação caótica” devido ao fogo na freguesia de Serpins, com as labaredas a rondarem “matagais muito próximos” da estação ferroviária onde termina o Ramal da Lousã, encerrado há oito anos para obras.

“A Fábrica do Boque ardeu. Ardeu tudo”, testemunhou por sua vez o reformado António José Ferreira, que reside em Serpins, lamentando a perda deste património cultural da freguesia.

Localizada junto ao rio Ceira, afluente do Mondego, “a Fábrica de Papel do Boque é composta por um aglomerado de corpos edificados que formam uma planta irregular, tendo sido fundada em 1861”, de acordo com informação disponível na página da internet da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

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“Atualmente, o complexo fabril encontra-se devoluto e os diversos edifícios que o integram apresentam sinais de ruína avançada”, refere a DGPC.

A Fábrica de Papel foi inaugurada, em 1861, pelo industrial José Joaquim de Paula, que 40 anos antes tinha fundado a congénere Fábrica de Papel de Góis, tirando também partido das águas do Ceira, na Ponte do Sótão, a montante de Serpins.

Na Boiça, território da União de Freguesias de Lousã e Vilarinho, o incêndio que eclodiu hoje, pouco depois das 08:30, destruiu “algumas casas antigas” que estavam desabitadas, indicou à Lusa o presidente da Junta de Freguesia, António Marçal.

Este incêndio começou às 08:41, próximo de Vilarinho, e está a ser combatido por 417 operacionais, apoiados por 114 viaturas e três meios aéreos, de acordo com a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil, atualizada às 15:50.

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