Asneiras
No dia de domingo, na hora de Coimbra contar os votos para a Câmara Municipal de Coimbra, o que aconteceu foi isto:
PS – Manuel Machado: 35,46%% – 5 vereadores, PSD/CDS/PPM/MPT – Jaime Ramos: 26,56% – 3 vereadores, SC – José Manuel Silva: 16,06% – 2 vereadores, PCP/PEV- Francisco Queirós: 8,30% – 1 vereador, CpC – Jorge Gouveia Monteiro: 7,02% – 0 vereadores.
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Uma realidade bem diferente daquela que foi apresentada na sondagem mais contestada na campanha eleitoral:
PS – Manuel Machado: 34,22%% – 5/6 vereadores, PSD/CDS/PPM/MPT – Jaime Ramos: 14,6% – 2/3 vereadores, SC – José Manuel Silva: 7,67% – 1/2 vereadores, CpC – Jorge Gouveia Monteiro: 5,01% – 1 vereador e PCP/PEV- Francisco Queirós: 2,36% – 1 vereador.
O jornal As Beiras apostou na “maioria absoluta” de Machado. Dizia que a “martelada” socialista podia chegar aos 6 vereadores. Apenas manteve os 5. Maioria. Simples!
A diferença entre Machado e Ramos foi de “apenas” 9%. No estudo chegava aos 20. Jaime tinha o dobro da percentagem de Manuel. Não teve.
Ramos podia cair para os 2 vereadores. O trambolhão do médico não foi tão grande. Parou nos 3.
Na sondagem, a CDU, apesar de obter uma votação residual de apenas 2, 36% (metade do CpC), voltaria a eleger um vereador. Elegeu, mas com o triplo da percentagem (8,30%).
O CpC, com apenas 5,01%, manteria 1 vereador. Elegeu 0 (zero). Apesar de ter chegado aos 7,02%.
Nem José Manuel Silva escapou. Deram-lhe 7,67%. Chegou aos 16! E tem 2 vereadores.
Recordamos que o diário da Fapricela, com o objectivo claro de credibilizar a sua iniciativa, fez questão de destacar a participação do ISCAC na elaboração da sondagem.
Indicava na primeira página que ela foi realizada pelo “ISCAC/Pool Lab”. Na “análise jornalística ”acrescentava que tem a “direção técnica” da Poll Lab – ISCAC”. “Pool Lab”? Errado! O pouco activo “centro de estudos e sondagens associado à Coimbra Business School” chama-se ” PolLab”.
Apesar de não ter qualquer menção no destaque na primeira página ou no texto nas páginas interiores, a empresa que aparece de forma discreta na ficha técnica é a única entidade que está credenciada pela Entidade Reguladora para Comunicação Social para a elaboração deste tipo de serviços. Trata-se da “G. Triplo, Estudos e Sondagens de Opinião, Lda”.
A sociedade é liderada e detida pelo maçon Paulo Noguês. Tem “negócios” com o ISCAC, proporcionados pelo Presidente Miguel Castelo Branco. Este ex-militante do CDS foi candidato pela coligação Somos Coimbra. Tem “ligações” a um dos sócios das empresas de comunicação que prestam serviços aos socialistas locais e ao município de Coimbra.
A sondagem publicada pelo diário As Beiras foi contestada pelos candidatos classificados entre o 2º e o 5º lugar. Da esquerda à direita.
Jaime Ramos afirmou que era “martelada” e “encomendada”. Disse mesmo que o que foi publicado era diferente da sondagem do ISCAC.
Para quem se fia nestas “encomendas”, Catarina Martins, candidata pelo CpC, recordou a sua experiência de 2009.
Perante tamanhas acusações, esperava-se que o diário As Beiras defendesse a sua honra. O jornal da Fapricela não publicou uma linha sobre o assunto. Estranho!
A G.Triplo também não se quis pronunciar, não seguindo, por exemplo, o que fez a Universidade Católica que se defendeu das acusações de Rui Moreira em relação às previsões no Porto.
A única reação conhecida veio do ISCAC, em forma de publicidade (!) paga(?). O anuncio foi publicada na edição de sábado do diário As Beiras.
O reclame publicitário assinado por Manuel Castelo Branco, Presidente da Coimbra Business School apresenta a versão do “ISCAC SOBRE SONDAGENS FABRICADAS, MARTELADAS, ENCOMENDADAS E OUTRAS ATOARDAS.
1. A Coimbra Business School|ISCAC tem um Laboratório de Estudos de Mercado e Sondagens – o PolLAB, integrado por académicos seus especialistas na matéria, e dirigido por reputadíssimo especialista em estatística.
2. A Coimbra Business School|ISCAC – PolLAB tem parceria institucional e colaboração funcional com a GTriplo, empresa com larguíssimo know-how em matéria de sondagens, parceria e colaboração que se traduziu, por exemplo, no estudo eleitoral para o círculo de Coimbra para as Legislativas de 2015, estudo plenamente validado com os resultados efectivos.
3. A solicitação do Diário As Beiras, a Coimbra Business School|ISCAC|PolLAB, em parceria com a G Triplo, efectuou estudo referente ao próximo acto eleitoral autárquico para o concelho de Coimbra.
4. Dizer que tal estudo se pautou por rigorosos e exigentes critérios técnicocientíficos e por incontornável neutralidade política é uma redundância.
5. Compreender que os resultados de tal estudo a todos não tenha agradado e que tenha desencadeado humanas paixões, é, de igual modo, uma redundância. 6.
O que a Escola não pode aceitar, nem vai aceitar, é que tais humanas paixões dêem lugar a intencionais rumores, calúnias e suspeições.
7. Numa palavra: a sondagem da GTriplo para a Coimbra Business School|ISCAC – PolLAB|As Beiras não é “martelada”, “fabricada”, “encomendada” ou “negociada”, correspondendo a notícia e artigo de As Beiras, integralmente, aos resultados reais.
8. Se esses resultados serão ou não validados pelo dia eleitoral é algo que não podemos, naturalmente, adivinhar. O que sabemos é do rigor, da isenção e da neutralidade técnico-científi cos do nosso estudo. Isso nos basta.
9. Em política, ao que parece, para alguns, continua a valer tudo. O que é uma pena”.
Na hora do verdadeiro acerto de contas, foi o que se viu. Falta averiguar o que ganha o ISCAC (que vive do dinheiro do povo) com esta intermediação entre uma pouco conhecida empresa de sondagens e um jornal detido por um grupo empresarial com vastos interesses no município de Coimbra.
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