Guerra entre famílias não impede expansão da SANFIL

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 25-09-2017

O Grupo Sanfil Medicina convidou Notícias de Coimbra para o “primeiro, de um conjunto de ciclos, de Encontros Com A imprensa”.

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Estes eventos terão como objectivo principal informar a Imprensa dos últimos desenvolvimentos do Grupo Sanfil Medicina (GSM) marcando um novo modelo de relacionamento, acrescentava o convite.

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Neste primeiro encontro o Conselho de Administração do GSM prometia apresentar, “em paralelo com a divulgação dos resultados do semestre, o novo website corporativo do Grupo e um outro conjunto de informações que demonstrarão a vitalidade e a linha transformadora que tem vindo a ser seguida”.

Notícias de Coimbra aceitou o convite para estar presente na conferência de imprensa que decorreu, na Sala Acqua, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Depois de muito bem acolhidos por colaboradoras de Dina Maia, fomos encaminhados para espaço de “Eventos & SPA”  do único hotel 5 estrelas da cidade.

SANFIL

6 pessoas ligadas direta ou indirectamente à SANFIL sentaram-se em frente aos jornalistas (e outros presentes), mas “as despesas da conversa” ficaram por conta de Joana Mota (PCA) e Pedro Marcelino (CEO).

O líder executivo da SANFIL começou por explicar tudo o que considerou importante sobre as “novas plataformas de website , o “novíssimo Contact Center” e o “Portal do Médico” que entram em funcionamento no dia 2 de outubro de 2017.

O investimento nestas “novidades “é justificado, o caso do Contact Center,” pela grande afluência de contactos telefónicos para o grupo tem criado grandes constrangimentos de comunicação com os utentes”, ao que não é alheia a expansão do grupo que afirma ter crescido, durante o primeiro semestre, no que respeita a consultas e exames, respectivamente, de 17% e 16%.

Foi ainda adiantado que o “website traz algumas novidades não muito comuns nas unidades de Saúde, com realce para um chat online em tempo real”.

O grupo salientou ainda que para além da comunicação com o exterior, pensou também nos seus médicos”, profissionais que já sabem como vai funcionar o seu Portal “Médico”.

A SANFIL afiançou que “este é um momento de viragem no que diz respeito à capacidade de respostas aos seus utentes e médicos”, reforçando a promessa de estar mais perto de si…em contacto permanente”.

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Em 6 de abril de 2016 foi iniciado um novo ciclo para o grupo, para a refundação da SANFIL. Está a ser criada uma nova SANFIL, uma SANFIL Medicina, que pretende estar preparada para todos os desafios que lhe sejam lançados, enfatizou Pedro Marcelino.

Recordamos que a imagem do grupo ficou bastante abalada depois da SIC ter emitido uma grande reportagem intitulada “Negócios de Família”, por causa de alegadas irregularidades registadas no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, que levou mesmo a investigações por parte de diversas entidades.

O desenvolvimento destas ferramentas de comunicação não merece grande destaque noticioso neste século XXI, mas Pedro Marcelino revelou algo que interessa à cidade.

A SANFIL adquiriu o edifício do antiga Cinema Tivoli (onde funcionou a Zara e a Lefties) para aí instalar serviços no âmbito da reestruturação profunda Casa de Saúde Santa Filomena.

O quarteirão da SANFIL

O quarteirão da SANFIL vai da zona da Estação Velha ao Hotel Astória. Engloba os prédios da antiga delegação do ACP, da Santa Filome, do Tivoli e do Milennium.

O CEO do GSM adiantou ainda que pretendem abrir um centro de corporativo e de inovação tecnológico no iParque, que permitirá requalificar os serviços que prestam na Avenida Emídio Navarro, em Coimbra, onde vão realizar intervenções ao nível exterior e interior das instalações.

O projecto está concluído e à espera de agendamento da Câmara para a sua apresentação, adiantou Pedro Marcelino, que assim confirmava implicitamente que a SANFIL desistiu de fazer o hospital que prometeu edificar no iParque, projecto que levou mesmo à sua entrada no capital da através da SI Vales (uma das suas sociedades anónimas).

No período de perguntas e respostas, NDC quis saber mais pormenores sobre este “momento de viragem” da SANFIL, nomeadamente sobre o funcionamento na Baixa de Coimbra.

Em relação ao licenciamento deste prédio do Tivoli, Joana Mota começou por dizer que “a intervenção engloba toda a infraestrutura que o grupo dispõe na Baixa” (ACP, Santa Filomena, Milennium e Tivoli), que terá a sua primeira expressão em novembro deste ano.

Pedro Marcelino garantiu que o antigo pronto a vestir tem licença de utilização para comércio e serviços, dando a entender que não precisa de autorização da autarquia para desenvolver a sua actividade na área da saúde.

O executivo da SANFIL disse que não pode adiantar quanto vai custar esta intervenção global. O projecto de utilização integrada ainda não está fechado, frisou.

Nos próximos dois anos o grupo pretende investir 6 milhões neste conjunto de prédios que foram sendo transformados em espaços ligados à saúde e medicina, podendo mesmo comprar mais espaço no edifício do saudoso BPA.

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Questionado sobre a falta de estacionamento numa das artérias mais movimentada da urbe, Pedro Marcelino adiantou que o grupo tem um acordo com o silo da Bragaparques, que fica uma “distância de 3 minutos” do “quarteirão” da SANFIL.

Em relação às ambulâncias que estacionam em 2ª e 3ª via na congestionada Avenida Emídio Navarro, o administrador entendeu responder: “essas ambulâncias, neste momento, já têm uma faixa apropriada para estacionar. Já não estacionam em segunda ou terceira fila, pelo menos são as instruções que nós damos a quem nos procura”.

Instruções que, como todos sabemos, não são seguidas. Todos os dias vemos dezenas de ambulâncias e e outros veículos mal estacionados em frente à Sanfil, mas isso é mais um “caso de Polícia Municipal”, que pelo que temos visto faz “vista grossa”.

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Na parte final da conferência de impressa, a nosso pedido, Pedro Marcelino explicou que esta SANFIL Medicina SA é a “soma de mistura de várias unidades que já existiam”.

Lembrando que o grupo tem 27 empresas, esclareceu que a SANFIL Medicina SA funciona como “sub-holding operacional” no âmbito de uma profunda reestruturação societária em curso.

Pedimos a Pedro Marcelino nos dizer quem são os accionistas de referência do GSM. A resposta foi clara: são os acionistas de sempre. A estrutura accionista não teve alterações.

Segundo dados disponíveis na Conservatória do Registo Comercial de Coimbra, os principais accionistas do conglomerado empresarial que tem no topo a SI Vales – Saúde e Vida, SGPS, Lda e como cartão de visita a Sanfil – Casa de Saúde Santa Filomena, SA são os clãs Amaral Dias, Bernardes Mira, Rodrigues Cardoso, Fânzeres da Mota e Serpa Oliva.

Notícias de Coimbra sabe que Henrique Amaral Dias (um dos accionistas) alega que  está a perder dinheiro com a criação da SANFIL Medicina e intentou uma ação judicial contra a SI Vales.  Também não se conforma com a sua destituição dos órgãos de gestão da universalidade SANFIL.

Contactados por correio electrónico,  Joana Mota e Henrique Amaral Dias não responderam às nossas questões sobre este processo que consultamos no Tribunal do Comércio, facto que não nos impedirá de revelar mais pormenores sobre este diferendo entre esta duas famosas famílias accionistas deste conglomerado empresarial.

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A  SANFIL MEDICINA, S.A., com sede na Avenida Emídio Navarro, 8, foi constituída em 2 de março de 2017, com o capital social de 50.000,00 Euros 

JOANA MAFALDA COSTA FANZERES DA MOTA E DOS SANTOS SOUSA é a Presidente do Conselho de Administração. PEDRO MIGUEL DE JESUS MARCELINO assume as funções de vogal.

O Grupo Sanfil Medicina foi criado em 1953 e gere várias redes de unidades de saúde na zona centro, incluindo dois hospitais. Dizia na sua página na internet que tem como missão “prestar cuidados médicos de excelência com um corpo clínico reconhecido em todas as especialidades”.

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Sobre eventuais aquisições, Joana Mota esclareceu que os projectos que o grupo tem são aqueles que foram aqui passados hoje”. Não há nenhum projecto adicional que não vos tenha sido transmitido. Nessa matéria não temos nenhum acrescento a dar.

Após a conferência de imprensa, Notícias de Coimbra recebeu uma comunicação de um director da SANFIL: “Fui informado que esteve a filmar a apresentação. Agradecia que não publicasse, difundisse, reproduzisse ou partilhasse o video, uma vez que não há autorização para tal por parte da administração”. A nossa resposta está aqui.

 

 

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