Martins Nunes preside a comité que combate a exclusão no acesso ao medicamento.
Martins Nunes vai presidir ao comité de “fundraising” (angariação de recursos) do programa Abem, da Associação Dignitude, que procura combater a exclusão no acesso ao medicamento.
O Programa Abem, rede solidária do medicamento, é o primeiro programa dinamizado pela Associação Dignitude, que tem sede em Coimbra e que pretende dar resposta aos problemas de acesso ao medicamento motivados pelo atual contexto socioeconómico.
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Esta associação e o programa Abem ambicionam atingir 25 mil beneficiários até ao final do próximo ano e 50 mil até ao final de 2019.
“A adesão do professor Martins Nunes a este projeto enche-nos de orgulho e de esperança na realização do sonho de garantir a todos os portugueses o acesso integral aos medicamentos de que precisam, sendo nosso objetivo abranger 5.000 beneficiários até ao final do ano e 25.000 até ao final de 2018”, disse à agência Lusa Maria João Toscano, diretora executiva da Associação Dignitude.
Neste momento, o programa está a apoiar cerca de 2.500 pessoas carenciadas, referenciadas por 21 entidades, tendo garantido a aquisição de mais de 29 mil medicamentos.
Em declarações à agência Lusa, José Martins Nunes disse que “é um privilégio poder contribuir para o desenvolvimento de um projeto nacional assente na solidariedade para com os mais necessitados e na responsabilidade social da sociedade civil”.
“Trata-se também de uma enorme responsabilidade por poder ajudar na implementação de um programa que tem como fundadores, entre outros, o antigo presidente da República Ramalho Eanes e os ex-ministros António Arnaut e Maria de Belém Roseira”, sublinhou.
A criação da Associação Dignitude, em novembro de 2015, foi promovida pela Associação Nacional de Farmácias, Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Cáritas e Plataforma Saúde em Diálogo e resulta de várias parcerias instituídas com entidades a nível local, autarquias, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e outras instituições da área social.
Além de Ramalho Eanes, António Arnaut e Maria de Belém Roseira, são embaixadores da associação os farmacêuticos Odette Ferreira, Francisco Carvalho Guerra, João Gonçalves da Silveira e João Cordeiro.
O advogado António Arnaut, um dos mentores do projeto, salientou que a Dignitude “nasceu da preocupação de muitas instituições e cidadãos, por verificarem que muitos doentes não tinham condições económicas para adquirir os medicamentos”.
“Algumas associações e municípios procuram ajudar os doentes da sua área de influência, mas não havia nenhuma organização nacional que enfrentasse este problema social e tentasse uma solução global”, frisou à Lusa o antigo ministro dos Assuntos Sociais, que criou o Serviço Nacional de Saúde.
“Foi neste espírito que nasceu a Dignitude, iniciativa de instituições ligadas ao fabrico e comércio de medicamentos e de cidadãos de várias sensibilidades preocupados com o facto de muitas pessoas sofrerem o dilema de escolher entre os alimentos e os medicamentos”, acrescentou.
Os beneficiários do programa Abem têm acesso a medicamentos sem qualquer discriminação em relação à generalidade dos cidadãos, na mesma rede de farmácias, com a mesma qualidade, segurança e confidencialidade, garante a associação.
Todas as doações são integralmente aplicadas na aquisição de medicamentos para os cidadãos necessitados que são beneficiários e os custos logísticos e administrativos são suportados na totalidade pela Associação Nacional das Farmácias (ANF) e pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), fundadores da Associação, juntamente com a Cáritas Portuguesa e a Plataforma Saúde em Diálogo.
José Martins Nunes, médico, foi secretário de Estado da Saúde do XII Governo Constitucional e representante da Presidência do Conselho de Ministros na Comissão para Instalação do Observatório Europeu da Droga em 1994 e 1995. Foi, entre 2011 e 2017, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), cargo que acumulou com a direção clínica. Foi diretor do Serviço de Anestesiologia e coordenador do bloco operatório central dos Hospitais da Universidade de Coimbra até ser nomeado para presidente do CHUC.
É membro externo do Conselho Geral da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, curador da Fundação “A Comunidade Contra a Sida” e chefe de serviço de Anestesiologia do CHUC.
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