Investigadores de Coimbra recebem 1,4 milhões para estudar discriminação de género
O Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra anunciou hoje que vai receber 1,4 milhões de euros de fundos europeus para estudar discriminação enfrentada por pessoas lésbicas, gay, bissexuais, transgénero e queer (LGBTQ).
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O estudo decorrerá em colaboração com o Departamento de Sociologia da Universidade de Surrey (Inglaterra), a Universidade de Strathclyde (Escócia) e a Alice Salomon University de Berlim (Alemanha).
“Iremos investigar processos de discriminação múltipla que pessoas lésbicas, gay, bissexuais, transgénero e queer (LGBTQ) enfrentam em Portugal, Inglaterra, Escócia e Alemanha”, explicou hoje à Lusa a investigadora Ana Cristina Santos, que irá liderar a equipa portuguesa do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
O estudo vai debruçar-se sobre “três momentos de transição da vida: da escola para o primeiro emprego, a progressão de carreira na meia-idade, e a entrada na reforma”, adiantou a investigadora.
Financiado pela NORFACE – New Opportunities for Research Funding Agency Co-operation in Europe, o estudo arrancará em simultâneo nos quatro países em março de 2018, sob a designação “Comparing Intersectional Life Course Inequalities amongst LGBTQ Citizens in Four European Counties» (CILIA – LGBTQ)”.
O estudo, o primeiro na Europa com esta dimensão, irá ainda analisar o modo como a sexualidade, a identidade e expressão de género, a classe social, o estatuto de cidadania e a origem étnica afetam as desigualdades de pessoas LGBTQ ao longo da vida.
A investigadora do CES acredita que os resultados do estudo podem contribuir “para políticas sociais informadas”, bem como para o desenvolvimento de agendas de investigação futuras financiadas no quadro de concursos nacionais e internacionais, visando combater as desigualdades em função do género e da orientação sexual.
Ana Cristina Santos refere que, “do ponto de vista legislativo, o enquadramento está bem feito” em Portugal nas questões LGBTQ, mas adianta que ainda há um longo caminho a percorrer na prática diária para terminar com a discriminação enfrentada por lésbicas, gay, bissexuais, transgénero e queer.
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