Cidade
Árvores de Coimbra pintadas de rosa e vermelho!
O debate sobre o abate e plantação de árvores em Coimbra continua a ser marcado pelas raízes e ramos ideológicos de alguns vereadores da situação e da oposição.
Num lado do muro está Carlos Cidade, o socialista que saiu do PCP. Do outro estão Ferreira da Silva, militante da UDP, aderente do CPC, que não quer ser conotado com o BE, bem como Pedro Bingre do Amaral, que pertence ao CPC, depois de ter militado no PS.
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Com o vereador Ferreira da Silva ausente, Carlos Cidade ironizou sobre a falta de comparência deste e falou alto para Bingre do Amaral, seu antigo camarada no PS.
Hoxha, Estaline e até Hitler entram nesta meia hora de conversa, entre o passado e o presente partidário de Cidade e Amaral, num tu cá, tu você, em que o vereador da situação acusou o da oposição de fazer parte de um processo de “albanização” das árvores citadinas.
É melhor ouvir….
Lembramos que na última sexta-feira a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) tinha comunicado que “plantou 2030 árvores entre os anos de 2013 e 2016. No mesmo quadriénio abateu 174”
Adiantava que este balanço consta de uma informação que seria apreciada na reunião do executivo municipal desta segunda-feira, elaborada no seguimento de uma proposta apresentada pelo vereador do movimento Cidadãos Por Coimbra (CPC), Ferreira da Silva”
Conforme se pode ler na informação, durante anos, as árvores em Coimbra foram sendo mantidas em porte controlado através de podas não adequadas, que de resto eram prática comum por todo o país.Hoje sabe-se que essas intervenções perpetuadas no tempo, para além de causarem enormes feridas que permitem a entrada de organismos fitopatogénicos causadores de podridões internas, são também redutoras da longevidade das próprias árvores.
No comunicado enviado a NDC, a CMC afirma que “Essas práticas resultaram numa pesada herança para o Município e para a gestão do seu património arbóreo (árvores grandes, contudo menos seguras, com maior propensão a episódios de quebras e ruturas nos pontos de fragilidade), sendo a sua manutenção o ponto-chave para as manter seguras”.
Hoje, a prática não é essa e, neste momento, a gestão do património arbóreo passa a focar-se nos princípios básicos, criteriosos e altamente técnicos, do que atualmente se chama a Arboricultura Moderna.
A CMC afiança que a “decisão de uma qualquer poda/intervenção/abate obedece a critérios específicos, que se podem agrupar em três grandes ordens de razão:sanidade e segurança da árvore;manutenção do equilíbrio entre a natureza da espécie em utilização e o enquadramento urbano desejado; e questões relacionadas com o estilo arquitetónico-paisagista adotado”.
Acresce que nem todas as árvores abatidas são passíveis de substituição. Muitos dos argumentos citados para o abate são o principal fator limitante à presença de árvores em determinado local. Acresce ainda que a largura dos passeios em grande parte dos arruamentos em Coimbra não é a adequada à presença de árvores, pelo que a sua reposição só será viável se existirem as condições exigíveis à sua requalificação. Veja-se o exemplo da atual intervenção efetuada na Rua Paulo Quintela, adianta a autarquia.
As atividades previstas para o corrente ano – já concluídas, em fase de conclusão ou ainda a iniciar – incluem, entre outras, a arborização da frente viária do Parque Dr. Manuel Braga, a frente viária dos campos do Bolão, o projeto de reposição e substituição de tílias na Avenida Dias da Silva, a plantação de sobreiros na Quinta de S. Jerónimo, o projeto de reposição de árvores na Alameda da Conchada e o projeto de requalificação do espaço na N111-1, contíguo à futura pista de BMX – bosquete naturalizado.
Recordamos que esta questão das árvores tem marcado a agendas das reuniões da CMC.Veja como foi na última união de fevereiro:
Uma árvore é um amigo do PC ao PS, da UDP ao CPC, passando pelo BE e MRPP!
A CDU prometeu questionar a Câmara sobre um corte de árvores no Parque Verde (Junto ao parque de caravanas). Prometeu e cumpriu. O Vereador Francisco Queirós colocou a questão na reunião desta segunda-feira do executivo municipal de Coimbra.
Francisco Queirós afirma que o abate de árvores, algumas com 20-30 cm de diâmetro de base, foi constatado in loco por activistas das CDU. Carlos Cidade diz que é um equivoco: O que cortaram foi arbustos com algum porte arbóreo! Aproveitou para confessar que abateu 174 árvores por questões fitossanitárias, mas já plantou 2030.
Carlos Cidade “aproveitou” a questão do comunista Francisco Queirós para “alargar” o debate ao Bloco de Esquerda, melhor a José Augusto Ferreira Silva, o eleito pelo movimento Cidadãos Por Coimbra, para lhe dizer que tinha mandado para os serviços a sua propostas sobre o abate de árvores.
O vereador do PS acusou depois o PCP e o BE de estarem unidos na defesa das árvores (, o que indignou Ferreira da Silva (que não é do BE): “O PCP que o senhor pertenceu?… Eu nunca pertenci ao BE… Diga tudo o que quiser, mas não diga que sou do BE…Não entre sempre nessa provocação…” que acabou por ir parar à “escola do PCP”.
Ferreira da Silva voltou a esclarecer Cidade: “Em relação à sistemática referência ao Bloco de Esquerda, eu não tenho nada contra o do Bloco de Esquerda…que integra o movimento Cidadãos por Coimbra. Eu não digo nada quando dizem que eu fui da UDP…nem sei se esse partido ainda existe… é por usar isso de forma acintosa, para desvalorizar qualquer proposta que eu faça…”
Machado cortou a conversa dos camaradas para, muito divertido, ironizar: É muito pior que tivesse sido do MRRP!
Quanto às árvores, eu apresentei uma proposta politica para ser debatida na câmara, a desculpa que foi para os serviços não faz sentido nenhum, conclui Ferreira da Silva.
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