Coimbra
Ex-aluna de Turismo envolve comunidade da ESEC em Campanha para apoio a Refugiados
No final do mês de janeiro, a ESEC recebeu o pedido urgente de uma ex-aluna, Liliana Calisto, Licenciada em Turismo, para colaborar numa campanha de recolha de cobertores e agasalhos para campos de refugiados na Sérvia.
Pelo testemunho da ex-aluna, que se encontra como voluntária em campos de refugiados, onde colabora com organizações humanitárias independentes, a ESEC entendeu que podia intervir e colaborar nesta campanha de recolha de donativos.
A resposta da comunidade da ESEC a esta campanha foi imediata. Foram entregues na Escola dezenas de cobertores e sacos cama, centenas de peças de roupa quente (casacos, meias quentes, luvas, gorros, roupa térmica) para entrega num Campo de Refugiados em Belgrado (Sérvia) onde sobrevivem cerca de 2000 pessoas numa zona de fábricas abandonadas.
Liliana Calisto sentiu que para ela era obrigatório fazer alguma coisa para ajudar os refugiados, depois de contactar algumas Organizações Não Governamentais -ONG’S) foi aceite em Thessaloniki, na Grécia onde colaborou em três campos diferentes. Para Liliana Calisto “a experiência tem sido brutal, de extremos, intensa e complexa(…) Vivendo tudo isto no terreno é quase impossível voltar às nossas vidas com a mesma atitude. Tudo muda, e a ligação com aquelas pessoas que passam a ser família, a conexão que alguns de nós sentem com os refugiados não nos permite simplesmente desligar deste assunto.”
Num dos campos em que esteve como voluntária, em Oreokastrus, Liliana e uma amiga avançaram com um projeto, criar um espaço onde as mulheres se pudessem dedicar à costura. Conseguiram equipar uma sala com duas máquinas de costura e material para poderem costurar. Liliana Calisto descreve a situação nos campos como “deplorável e vergonhosa”. “Não é exagero, as roupas são escassas, a comida também, em alguns campos não só é pouco como não é devidamente cozinhada ou não está em condições para consumo”.
A descrição da Liliana sobre a situação vivida nos campos é intensa: “Crianças usam chinelos de dedo em pleno inverno com o calcanhar de fora (no mínimo três números abaixo do seu) e em alguns casos, miúdos com chinelos de diferentes pares, e do mesmo pé calçados”.
Apesar do desespero relatado por Liliana que reconhece que a grande parte deles “já só sobrevive” também encontrou alguma esperança, “ainda há brilho nos olhos de muitos deles. Ainda há sonhos e ainda há finais felizes de famílias que se reencontraram e de famílias que finalmente foram alojadas”. Há pais que querem que os filhos continuem a ir na escola, mesmo que os seus filhos estejam anos mais avançados. “O importante para eles é mante-los ocupados, que mantenham a responsabilidade e gosto pela escola”, refere Liliana Calisto.
Ser voluntária nestas circunstâncias não é simples, nem fácil, refere Liliana Calisto que aconselha quem queira fazer voluntariado nestas circunstância se prepare, minimamente, a nível psicológico.
A roupa recolhida na ESEC, em grande parte entregue por membros da comunidade da ESEC mas também por outros elementos que souberam da iniciativa através do evento criado no Facebook Sobre_Viver na Sérvia, tem como destino fábricas abandonadas em Belgrado onde (sobre(vivem) cerca de 2000 refugiados em condições atmosféricas bastante difíceis, sujeitos a temperaturas negativas. A ESEC agradece a todos os que colaboraram nesta iniciativa e espera poder em breve dar notícia da entrega destes bens aos seus destinatários.
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