Coimbra
Deputado questiona Governo sobre o encerramento de urgências das maternidades de Coimbra
João Gouveia, Deputado da Assembleia da República eleito pelo Círculo Eleitoral de Coimbra e membro efectivo da Comissão Parlamentar de Saúde, questionou hoje o Governo sobre a situação das urgências nas maternidades de Coimbra.
De acordo com João Gouveia, “na última semana foram divulgados pela comunicação social vários alertas da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) para a situação de “catástrofe iminente” e perigo de encerramento dos serviços de urgência das maternidades de Coimbra – Maternidade Bissaya Barreto e Maternidade Daniel de Matos – devido à falta de especialistas em Ginecologia e Obstetrícia.”
João Gouveia colocou três questões ao Governo:
1 – Tem o Ministério da Saúde conhecimento desta situação?
2 – Quais os mecanismos equacionados pelo Ministério da Saúde para salvaguarda da qualidade assistencial a que os serviços de Ginecologia e Obstetrícia dos CHUC sempre habituaram os seus utentes?
3 – Tem o Ministério da Saúde ponderado a abertura de concursos para preenchimento de vagas no sentido de reforçar os recursos humanos nestas especialidades?
Acrescentou João Gouveia que “de acordo com o cenário traçado pela SROM do Centro, “não são contratados médicos especialistas desde 2010”, pondo “em risco a existência de serviços com uma qualidade assistencial reconhecida”. Em declarações prestadas, o Presidente da SRCOM, Drº Carlos Cortes, considera mesmo que a escassez de recursos humanos poderá “inviabilizar a elaboração de uma escala de urgência com o número de médicos indispensáveis ao funcionamento do serviço, de acordo com as normas de orientação clínica estabelecidas pelo Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos”, sendo que se trata de um problema transversal a toda a atividade e que afeta também as infraestruturas das maternidades. De acordo com este responsável, o envelhecimento dos especialistas atualmente ao serviço vem “piorar ainda mais esta realidade”, pois de acordo com os dados conhecidos, 75% dos médicos dos serviços de Obstetrícia e Ginecologia do Centro Hospitalar e Universitário Coimbra (CHUC) têm mais de 50 anos, idade a partir da qual podem recusar fazer urgência.
Lembra ainda o mesmo responsável que o “número elevado de médicos especialistas que saíram nos últimos anos pode colocar em risco consultas e cirurgias nos serviços de ginecologia dos CHUC”, que funcionam no edifício principal dos Hospitais da Universidade de Coimbra e na Maternidade Bissaya Barreto e que, no caso das maternidades, a fusão dos hospitais de Coimbra não se concretizou pelo que o investimento em equipamentos e na reabilitação de espaços físicos, também não se verificou.”
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