Coimbra
Câmara e Universidade inauguram Caixote de Luxo!
Carlos Antunes admitiu que a demora na inauguração da exposição se deveu à falta de propostas, em quantidade e qualidade, por parte da sociedade civil, mas prometeu continuar a trabalhar para que essas sugestões apareçam.
Segundo a CMC, foi com estas palavras que Carlos Antunes, Director do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, justificou o facto de ter demorado precisamente 1 ano para inaugurar aquilo a que designa por “O Museu”.
O Museu, o tal que a sociedade civil terá ignorado durante 365 dias, não tem nome, mas nos últimos 12 meses ficou conhecido como o “Caixote de Luxo”, “Barraca das Farturas”, “WC” ou “Mamarracho”.
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Recordamos este “contentor” contentor foi plantado no dia 29 de outubro na margem esquerda da Ponte de Santa Clara, dia em que a Câmara Municipal de Coimbra nos contou que “Um camião e uma grua de grande capacidade alteraram, esta manhã, a vivência habitual da Praça das Cortes, em Coimbra. E contribuíram para alterar a sua paisagem de uma forma mais duradoura. A maquinaria pesada foi necessária para instalar a obra O Museu, de Francisco Tropa, no âmbito da Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, que começa já no próximo sábado e termina a 29 de novembro, numa coorganização do Circulo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e Universidade de Coimbra”.
Com muita pompa e elevada circunstância a autarquia acrescentava que “O presidente da CMC, Manuel Machado, a vereadora da Cultura, Carina Gomes, o diretor do CAPC, Carlos Antunes, colaboradores e técnicos municipais acompanharam os trabalhos de instalação da obra de Francisco Tropa. Pensado em 2001, enquanto projeto de arte pública, o Museu ultrapassará o contexto temporal da Anozero, passando a fazer parte dos equipamentos culturais de Coimbra. Apesar das suas contidas dimensões, será gerido por um diretor, um curador e um conservador e terá exposições com objetos sugeridos pelos cidadãos, em permanente repto à cidade”.
Apesar das suas contidas dimensões, não obstante ser gerido por um diretor, um curador e um conservador, o “caixote de luxo” não consegue apresentar nenhuma exposição de objetos sugeridos pelos cidadãos.
Como a sociedade civil não respondeu ao apelo das elites culturais de Coimbra, o CAPC não teve outro remédio senão colocar algo dentro do caixote, até porque já começou a receber adiantamentos para a Bienal de 2017.
“Quente de um lado, frio do outro. Duas exposições com um corredor a dividi-las, naquele que é considerado por muitos como o museu mais pequeno do mundo. O Museu, que é, por si só, uma obra de arte do artista Francisco Tropa, estreou hoje, não uma, mas duas exposições”, justifica-se no site do município.
Notícias de Coimbra não foi convidado para o “invento”, o que permite especular que os mentores do projecto não lidam bem com as criticas da comunicação social não dependente de certos poderes locais.
“O permanente repto à cidade” resultou na implementação de um equipamento que pode ser “visitado” 24 horas por dia.
Como O Museu não tem porta nem vigilância, vai servindo de sanitário público de apoio aos utentes que pela calada da noite vão matar a fome e a sede a uma das roullotes que vendem comes e bebes na Praça das Cortes.
Assim, temos de voltar ao site da Câmara Municipal de Coimbra para saber a opinião do feliz presidente da edilidade.
“A criação artística, a criatividade das pessoas, o exercício da cidadania, a capacidade realizadora que é evidenciada de uma forma muito peculiar, desafiadora, estimulante, que mostra uma caraterística especial de Coimbra que às vezes é esquecida: Coimbra é uma cidade notável, onde as diferenças se encontram e os diferentes se encontram reciprocamente. Está inaugurado o museu!”, sintetizou o presidente da CMC, Manuel Machado, que salientou o seu “reconhecimento por todos os envolvidos”.
Carlos Antunes, diretor do CAPC, também está entusiasmado:
Este Museu “é uma reflexão, uma parábola, uma crítica ao modelo curatorial”, dispondo de um diretor, um curador e um conservador. Mas a sua pequenez não o impede de apresentar duas exposições em simultâneo. A Quente está ligada ao tema da próxima Anozero: Curar e Reparar. Além de um texto na parede, tem um par de luvas (usados por diferentes “curadores”), duas faces esculpidas em xisto, e um livro aberto do escritor Roberto Bolaño. Há também um pequeno retângulo com um QR Code e um link para uma entrevista de Nuno Grande a Delfim Sardo e João Maria André que em muito faz aumentar as dimensões deste Museu alegadamente mais pequeno do mundo.
Na outra ilharga, a exposição Frio, a contrastar com a Quente, chamando a atenção para a vastidão da área ardida este ano em Portugal, equivalente a cerca de 150.000 campos de futebol.
A CMC informa-nos ainda que além de Manuel Machado e Carlos Antunes, a inauguração contou com a presença da vereadora da Cultura da CMC, Carina Gomes, da vice-reitora da UC Clara Almeida Santos e João Maria André, entre outras personalidades”. Vendo as fotos que estão no Facebook da autarquia constatamos que as “personalidades” estão muito encantadas com a obra que pagaram com dinheiros do povo.
“O Museu” situa-se na margem esquerda do Rio Mondego, próximo da Ponte de Santa Clara e dentro da Praça das Cortes, espaço que a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) irá começar a recuperar em breve, criando uma área pedonal qualificada e um estacionamento regrado, mas que por enquanto é um parque de caravanas onde servem produtos endógenos como Hot Dog´s, Hamburguer´s e Kebab´s.
O executivo da Câmara Municipal de Coimbra votou na sua reunião da última segunda-feira, uma proposta de apoio pontual ao CAPC, no valor de 10 mil euros, para a pré-produção da segunda edição do Anozero – bienal de arte contemporânea de Coimbra.
Segundo a CMC a edição de 2017 da AnoZerto (tudo junto) está orçamentada em 300 mil euros. Na de 2015 terão sigo “gastos” mais de 550 ooo.oo€.
A CMC acrescnta que este apoio servirá para o CAPC “fazer face às despesas necessárias para a preparação do Anozero’17, um evento de grande dimensão que exige uma planificação atempada”.
Informação municipal envida a NDC acrescenta que o CAPC encontra-se a preparar o Anozero’17, que já tem data de inauguração, 11 de novembro do próximo ano (e prolongar-se-á por sete semanas).
O programa definitivo ainda está em construção, mas a CMC conta que a bienal apresentará obras de, no máximo, 20 artistas, em todas as tipologias: filme, vídeo, fotografia, pintura, escultura, instalação e performance, entre outras.
A citada CMC revelou que a bienal Anozero’17 terá como tema Curar e Reparar e consistirá num única exposição repartida por vários lugares da cidade.
O Aqueduto de São Sebastião, Biblioteca Geral, Biblioteca Joanina, Café Santa Cruz, Casa da Escrita, Convento São Francisco, sede do CAPC, CAPC – Sereia, Colégio das Artes, Colégio do Carmo, Colégio São Bento, Colégio São Tomás, Colégios Universitários da Rua da Sofia, Criptopórtico Romano de Aeminium (do Museu Nacional Machado de Castro), Laboratório Chímico, Mosteiro de Santa Cruz, Sala da Cidade, Jardim Botânico, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, Museu Zoológico, Colégio de Jesus, Prisão académica, Sala do Exame Privado e Pátio das Escolas sãos espaços escolhidos pelos promotores. o.
O ciclo de conferências tem como tema “O Cuidado como Categoria Est-ética” e divide-se em 12 sessões, todas elas com nomes sonantes do mundo das artes. Uma edição que tem Delfim Sardo como curador geral, contando com a colaboração de Ana Luísa Teixeira de Freitas.
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