No dia 24 de setembro, a antiga escola primária do Moinho da Mata, na União de Freguesias de Montemor-o-Velho, voltou a encher-se de vida, de memória e de muito convívio.
A exposição “A Escola dos nossos Avós” e a comunicação subordinada ao tema “O livro único durante o Estado Novo”, a cargo de Augusto Monteiro, antigo Professor de Didática da História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), assinalaram as Jornadas Europeias do Património 2016.
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A iniciativa, que contou também com uma visita guiada ao Museu do Campo da Liga dos Amigos dos Campos do Mondego (LACAM), na Carapinheira, foi preparada pela autarquia de Montemor-o-Velho em parceria com a LACAM.
Ao deixar elogios à presidente da LACAM, Ana Filomena Neves, “pelo trabalho que tem desenvolvido no concelho”, a vereadora Paula Rama sublinhou: “Desejo que a LACAM possa continuar a promover as riquezas do concelho e a desenvolver iniciativas que possam enriquecer a comunidade e quem nos visita”.
Ao manifestar a vontade de “criar um espaço museológico dedicado à didática”, Ana Filomena Neves, que também é professora e vem de uma família em que a mãe e a avó também o eram, referiu, com emoção, que se torna necessário “mostrar aquilo que são os professores além dos livros”.
Com um humor acutilante e perante uma sala de aula cheia, Augusto Monteiro começou por lembrar a escola primária no Estado Novo. Não esqueceu a sua tia e professora que “era austera, competente e dedicada”. “Tais predicados senti-os no espírito e no corpo!”, afiançou, divertido.
Ao longo da comunicação traçou a evolução dos manuais escolares do ensino primário ao longo do Estado Novo e a forma como foram colocados ao serviço do regime.
No final, o antigo professor de Didática da História da FLUC, reiterou que os manuais escolares deixam “marcas indeléveis” e que “exercem uma influência (praticamente) impossível de avaliar”.
O interesse manifestado pela audiência foi tão evidente que a organização está a equacionar realizar uma segunda comunicação subordinada ao tema “Os Livros e a Censura”.
Para a história do evento fica ainda a presença, entre os participantes, de Alda Gonçalves Falcão Ribeiro. Carinhosamente tratada por professora Alda, a docente montemorense, já aposentada, regressou à escola onde efetivou em 1961 e onde lecionou durante vários anos.
No final, e antes do Porto de Honra, a exposição “A Escola dos nossos Avós” levou os visitantes para outra época, revelando também alguns materiais didáticos usados pelos professores.
A exposição vai estar patente até ao final do mês na antiga escola primária do Moinho da Mata. A entrada é livre mas está sujeita a marcação no Museu do Campo da LACAM (nº de telefone: 239 629 669).
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