O apagão nacional que afetou Portugal na segunda-feira, 28 de abril, deixou vários estabelecimentos sem luz, mas o Cantinho dos Reis, restaurante bem conhecido em Coimbra, conseguiu manter-se em funcionamento graças ao fogão a gás.
José Reis, proprietário do restaurante, partilhou com entusiasmo como a sua equipa se adaptou à situação inesperada e evitou grandes prejuízos.
Em entrevista, José Reis relatou a dificuldade do dia, que foi marcado por falta de luz e grandes incertezas. “Foi um dia muito difícil. Estávamos a trabalhar à meia-luz, com a cozinha a funcionar parcialmente. A maior preocupação foi com os frigoríficos, porque trabalhamos com um volume grande de mercadoria, e sem frio, a situação teria sido muito complicada”, explicou.
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Apesar das dificuldades, a equipa do Cantinho dos Reis não desistiu. “Funcionámos apenas com a parte de baixo, onde a esplanada ainda tinha alguma luz, mas foi essencial usar o fogão a gás para preparar as refeições. Graças ao gás, conseguimos servir os pratos do dia, sem grandes perdas”, afirmou.
O restaurante foi um dos poucos na região a conseguir servir refeições durante o apagão, com a equipa a adaptar-se rapidamente. “O chefe Jorge teve o cuidado de improvisar e fazer tachadas, o que nos permitiu vender todos os pratos do dia. Não almocei, pois estava completamente focado em garantir que ninguém ficasse sem comer”, disse o proprietário.
A falta de eletricidade também colocou desafios na gestão dos pagamentos. No entanto, José Reis destacou que, felizmente, o sistema de multibanco ainda estava em funcionamento. “Apesar da falta de luz e telefonia, o multibanco funcionou. Fizemos registos de quase 200 euros em almoços, o que foi uma surpresa positiva”, contou.
Além disso, a boa relação com os clientes foi crucial. “A nossa clientela é fiel, muitos são habituais e nós dizíamos ‘paga amanhã, sem problema’. Aqueles que tinham dinheiro pagaram, os outros ficaram com a promessa de pagar no dia seguinte”, explicou.
José Reis já começa a pensar em formas de se preparar para futuras situações semelhantes. “Já estamos a pensar em como nos prevenir para uma eventualidade destas. Teremos de ter tudo mais organizado e preparado para que situações como esta não nos apanhem de surpresa novamente”, afirmou.
Para o restaurante, que serve uma vasta clientela, desde bancários até trabalhadores dos tribunais, a capacidade de resposta em tempos de crise é crucial. “A nossa maior preocupação é servir os nossos clientes, muitos dos quais vêm de outras cidades para almoçar. Não podia deixar ninguém sair sem comer”, disse José Reis.
O que mais surpreendeu o proprietário foi a rapidez com que a situação foi resolvida. “Quando cheguei ao restaurante, por volta das 18:30, para minha surpresa, já havia luz. Foi um alívio tremendo, principalmente porque tínhamos um grupo agendado para o jantar”, contou.
Com a energia restaurada, o restaurante conseguiu retomar o funcionamento normal. José Reis não escondeu a sua felicidade: “Foi uma surpresa muito agradável, e consegui servir o jantar normalmente, como se nada tivesse acontecido”.
José Reis reforçou a importância do gás na sua cozinha, destacando que, se o seu restaurante dependesse exclusivamente de eletricidade, o cenário teria sido muito pior.
Felizmente, o Cantinho dos Reis conseguiu contornar a situação com a ajuda do fogão a gás, e a experiência serviu como uma lição para o futuro: “Vamos estar mais preparados, com medidas de contingência para qualquer outra emergência que possa surgir.”
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