Empresas

Dono de pastelaria em Coimbra diz que apagão “vai acontecer outra vez. A questão é saber como reagir”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 horas atrás em 29-04-2025

A Pastelaria Moeda, em Coimbra, não escapou às dificuldades do apagão que afetou grande parte do país.

Lúcio Borges, proprietário, partilhou com o Notícias de Coimbra como é que a pastelaria lidou com a falta de eletricidade e os desafios de garantir o funcionamento.

“Eu já estou preparado para estas situações”, começa por afirmar Lúcio, quando questionado sobre o impacto do apagão. “Temos que estar preparados, porque isto vai acontecer outra vez, de certeza absoluta. A questão é saber como reagir quando essas situações se tornam mais prolongadas. Isso é o que nos preocupa, como seria se o apagão durasse mais dias, como 2 ou 3”, adverte. O proprietário não esconde a sua apreensão: “É o receio de todos nós, não só de pastelarias e mercearias, mas também de bombas de gasolina e outros serviços essenciais.”

PUBLICIDADE

Para lidar com a falta de luz, Lúcio teve que adaptar-se. Pensou em utilizar geradores, mas logo percebeu que os painéis solares não seriam suficientes para garantir a autonomia. “Eu tenho painéis solares em casa, mas quando cheguei a casa, nada funcionou. Não aguentou. Só podemos ser autónomos quando há sol. Se não houver sol, deixamos de ser”, explica. A experiência com as energias renováveis, apesar de positiva para consumo doméstico, não se revela eficaz para um estabelecimento comercial, onde a exigência de energia é muito maior.

Em relação ao impacto nas vendas, Lúcio conta que, apesar do imprevisto, as vendas foram superiores ao normal. “A verdade é que as pessoas procuraram aquilo que sabiam que poderia faltar, como o pão e a broa. Não sobrou nada. Ao contrário do habitual, onde todos os dias há um pouco de sobra, ontem foi tudo vendido. A procura foi enorme”, afirma.

Quanto ao armazenamento e cuidados com os alimentos, o proprietário da Pastelaria Moeda tomou precauções para evitar desperdícios. “Tentámos não abrir os frigoríficos desnecessariamente, para evitar que a temperatura subisse e estragasse os produtos. Quando a luz voltou, fomos verificar tudo, porque as máquinas podem dar arranque e depois parar novamente, e há sempre aquele receio”, revela Lúcio, destacando a importância de garantir que os produtos perecíveis estivessem em condições.

Apesar do caos momentâneo, Lúcio Borges parece confiante na normalização dos serviços. “Hoje, o dia está a decorrer normalmente”, afirma.

“Já andei à procura de geradores, mas sem sucesso. Não é fácil encontrar alternativas, especialmente em situações de emergência”, lamenta. Mas está determinado a continuar a trabalhar para garantir que a Pastelaria Moeda esteja sempre preparada, para que situações imprevistas como esta possam ser enfrentadas com mais calma no futuro.

Lúcio Borges deixa, assim, um apelo: “Todos devemos estar preparados. É importante antecipar estes riscos e fazer o papel da formiga, não da cigarra. Não podemos esperar pelo último momento para agir. A preparação é essencial.”

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE